Após o avanço do número de assaltos na Paraíba, com 52 casos só este ano, a direção dos Correios está mapeando os pontos de mais risco para elaborar um plano de segurança e coibir a ação dos bandidos no interior do Estado. O mapeamento já identificou 70 agências consideradas de alto risco, o que corresponde a quase 30% das 236 agências em funcionamento na Paraíba. As agências mais vulneráveis estão localizadas em cidades de pequeno porte e que movimentam grandes quantias de dinheiro.
A previsão é que o plano de segurança comece a ser implementado em janeiro do próximo ano, quando os Correios passarão a ser correspondentes do Banco do Brasil. Entre as ações propostas está a contratação de vigilantes e até mesmo a instalação de portas giratórias nas agências consideradas de maior risco, além da modernização dos equipamentos de vigilância eletrônica.
O valor a ser investido pela empresa ainda não foi divulgado. “Já temos licitação concluída para a escolha da empresa de segurança e teremos de colocar portas giratórias em várias unidades, que depende do grau de risco e também da receita da agência”, adiantou José Leite, gerente do Correios em Campina Grande. As ações foram definidas após a realização de quatro reuniões entre a direção da empresa no Estado e representantes da Polícia Federal e da secretaria estadual de Segurança Pública.
Em João Pessoa, já está em funcionamento uma central de monitoramento que atende a todos os Estados do Nordeste, mas a ideia é interligar também as agências de menor porte no interior da Paraíba com a transmissão das imagens em tempo real. “É importante que a população saiba que os Correios estão investindo pesado em segurança”, afirmou Gilberto Moreira, gerente de segurança na Paraíba.
A agências consideradas de maior risco estão localizadas nas regiões do Agreste e Cariri. “Definimos as áreas de risco pelo número de assaltos já registrados e avaliando a estrutura policial na cidade”, explica Leite. Entre as pontos mais críticos está o distrito de São José da Mata, em Campina Grande, e de cidades como Barra de São Miguel, São Domingos do Cariri, São João do Tigre, Montadas e Puxinanã.
GRUPOS ORGANIZADOS
Apesar do grande número de assaltos, a Polícia Federal descarta que os crimes sejam coordenados por grupos organizados. “É um crime de oportunidade, a gente não identificou nenhuma quadrilha organizada. Eles atuam de forma amadora e com armas de pequeno porte e acreditamos que são pessoas de cidades maiores, como Campina, que vão atuar em cidades do interior”, avalia Adriano Moreira, delegado-chefe da PF em Campina.
De acordo com o 9° Batalhão da Polícia Militar, os bandidos escolhem os alvos nas cidades onde há maior facilidade de fuga. “Eles escolhem cidades próximas à divisa com Rio Grande do Norte e em áreas isoladas com vias de acesso ao Estado vizinho por estradas de barro”, avalia o tenente Farias Dantas.
Já o tenente-coronel José Ronaldo Diniz, comandante do 10° BPM, sediado em Campina Grande, afirma que a Patrulha Rural vem desenvolvimento um trabalho de suporte à segurança em áreas próximas a Boqueirão, Juazeirinho, Esperança e Alcantil e que o trabalho será expandido.
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