O beijo na boca pode transmitir desde uma simples gripe ou resfriado,
até doenças mais graves como hepatite B e R. O alerta para o período
do carnaval, época em que as pessoas beijam vários parceiros desconhecidos, é do
clínico geral e professor do departamento de medicina da Universidade Federal de
São Carlos (UFSCar) Bernardino Geraldo Alves Souto. "Se estiver com sangramento,
o risco aumenta ainda mais", afirmou.
Segundo Souto, as
doenças podem ser transmitidas pela cavidade oral ou nasal. "As viroses
respiratórias podem ser transmitidas pelo beijo na boca. Gripe, meningite,
tuberculose, herpes é muito frequente e também a mononucleose, uma doença que
começa com febre, ínguas pelo corpo, e pode evoluir para hepatite ou
inflamação no baço", explicou o professor.
O ambiente escuro
e úmido é propício para o desenvolvimento de várias bactérias. De acordo com o
cirurgião dentista Silvio Segnini, só na boca há mil bactérias diferentes. "Sem
contar as que são desconhecidas. E o mau hálito pode ser um indicativo dessas
bactérias ou de alguma afecção na garganta", falou Segnini. A má conservação
dentária é outro fator que amplia a probabilidade de transmissão.
Entretanto,
observar o aspecto da pessoa a ser beijada nem sempre é suficiente para evitar o
risco. "Isso porque algumas doenças podem ser transmitidas mesmo se não
estiverem na fase aguda. Claro que se for na fase aguda, a transmissibilidade é
maior, mas, por exemplo, se o vírus da gripe estiver na pessoa um dia antes do
beijo, ela não vai ter sintoma e pode transmiti-lo", afirmou.
Assim também é
com o herpes e com a mononucleose, conhecida popularmente como doença do
beijo."A pessoa que transmite essas doenças pode não estar com sintoma naquele
momento. A mononucleose pode levar de uma semana a seis meses para ser curada, a
resposta ao tratamento é variável", disse Souto.
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