.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Malas de dinheiro e o Recife como um centro de conexão de propinas da Lava Jato

Publicado por Giovanni Sandes às 7:34
Alberto Youssef. Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados
Alberto Youssef. Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados

A segunda menção dentro da Operação Lava Jato a Sérgio Guerra, falecido ex-presidente do PSDB, confirma o strike na política de Pernambuco promovido pela Polícia Federal. Claro, a Lava Jato é nacional. Mas olhando o Estado, a PF já envolveu os principais partidos locais, do PSB e PSDB ao PT e PP. É o que não nos deixa esquecer: a Refinaria Abreu e Lima é aqui.
Sérgio Guerra aparece na segunda delação premiada a ligar o falecido tucano ao caso. A primeira foi de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras. Neste caso, Carlos Alexandre de Souza Rocha, o “Ceará”, que transportava dinheiro para o doleiro Alberto Youssef, foi quem citou o tucano. Por sinal, Ceará foi quem mencionou o atual presidente do PSDB, Aécio Neves, como beneficiário de R$ 300 mil da Lava Jato.
Voltando a Pernambuco, a operação já trouxe medalhões da política que não só o ex-presidente tucano: o ex-governador e ex-presidente nacional socialista, Eduardo Campos, falecido, o senador Fernando Bezerra Coelho e também o ex-presidente da Copergás, Aldo Guedes, pelo PSB. No PP, o deputado federal Eduardo da Fonte e o ex-deputado Pedro Corrêa. E no PT, o senador Humberto Costa. Sem falar nas demais ações da PF por aqui, como a Operação Fair Play na Arena Pernambuco e a Operação Pulso na Hemobrás, com efeitos sobre nomes do PSB e PT.
Como os partidos e os candidatos locais tratarão o tema na eleição? Porque a PF promoveu um verdadeiro strike.

À CIDADE DAS CONEXÕES, DOLEIRO CHEGA COM DUAS MALAS DE DINHEIRO
“Sacoleiro” que vendia relógios Rolex por até US$ 15 mil, Ceará pinta o Recife como um Hub (centro de conexões) de propinas. Youssef certa vez teria desembarcado aqui com R$ 1 milhão em duas malas, em avião particular, e do Recife ido de carro para Maceió – supostamente entregar ao senador Renan Calheiros (PMDB), diz Ceará na delação.

“CEARÁ” É PERNAMBUCANO, RECIFENSE, E MORA EM ALDEIA
A refinaria não é a única razão para o Recife virar um centro de distribuição de propina. “Ceará” ganhou o apelido de Yousseff por seu sotaque nordestino. Mas ele, contudo, é pernambucano, natural do Recife. Ele disse morar em Aldeia, Camaragibe, no condomínio Clube Alvorada. Por isso e por ter parentes na capital pernambucana, virou o homem de Yousseff para Recife e Maceió.

PERFIL CLASSE MÉDIA
O novo delator se apresentou à PF com perfil classe média. Além de morar no Clube Alvorada, conta Ceará que depois de conhecer o doleiro em 2000, vendeu um Corsa Sedan a ele por volta de 2002. E, após uma confusão no registro, se aproximaram. Ceará vendia relógios e jóias a Yousseff em São Paulo, até pedir para entrar no esquema.
UM TRANSPORTADOR
Ele coletou muita propina em reuniões em hotéis locais. Mas cita só entregas na cobertura de Pedro Correa, em Boa Viagem, a Renan e Fernando Collor (PTB), em Maceió.

Nenhum comentário:

Postar um comentário