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domingo, 18 de janeiro de 2015

Deputado pernambucano compara Uchoa a ditador e prega alternância de poder na Alepe

Rodrigo Novaes critica autoritarismo de Uchoa. Foto: João Bita/Alepe.

Por Rodrigo Novaes, advogado, deputado estadual (PSD)

“Assembleia Legislativa de Miraflores”

Tenho visto a tentativa ofegante do deputado Guilherme Uchoa de ser reconduzido à presidência da Assembleia. Li e ouvi opiniões. Também tive a oportunidade de me colocar publicamente contrário.

Vi nessa legislatura mudar-se a Constituição pela segunda vez para que fosse possível sua reeleição.

Vi os partidos construírem um acordo para pôr fim à reeleição e não permitir que Guilherme pudesse mais ser candidato – com o seu consentimento. Todos os deputados sabem disso.

Vejo violentada a expressa vontade dos deputados, que unanimemente aprovaram a emenda do deputado Raimundo Pimentel. Todo o resto não surpreende.

A alternância do poder é ferramenta indispensável para a democracia. Dos seus anunciados pilares essenciais!

No caso específico da Assembleia Legislativa de Pernambuco, entendo revigorante para a instituição o surgimento de novas ideias, novas relações, nova postura, que rimam de forma inexorável com a – dita – “nova política”.

A Assembleia acumula uma pauta negativa. A imagem do legislativo não é boa. Quem diz não sou eu, mas evidenciada a partir do desinteresse dos cidadãos em escolher seus representantes, de participar da política, e da falta de confiança que goza o parlamento. Pesquisas de opinião ratificam esse desprestígio.

Esse enfraquecimento não faz bem a ninguém. Digo isso com grande tristeza, porque conheço a indispensabilidade do Poder Legislativo, a importância dos debates, da iniciativa legislativa, da representatividade da população.

É momento de profunda reflexão e atitude.

Como pode o atual presidente afirmar em entrevista ao Jornal Folha de Pernambuco (16.01), com esperada e característica arrogância, “que defende a alternância do poder desde que apareça alguém que preencha os requisitos”(!!!)

Hoje o jornalista Jamildo chama os deputados de “tontos”; Geraldo Freire, menos contido e educado – me perdoem, de “bostas”. Pergunto-me em nome de que ou de quem a Assembleia resiste a isso!

Desejo saber quais os critérios que precisa um deputado – na cabeça do deputado Guilherme Uchoa – para ser presidente?

Seriedade, compromisso com a causa popular, firmeza, capacidade de diálogo, humildade, respeito aos colegas, aos poderes constituídos; respeito à nossa história de lutas libertárias, de resistência, exemplo para o restante da federação.

Espírito público e respeito à Constituição.

Se os dele também forem esses, faço justiça e afirmo que enxergo preparo em muitos colegas. Parlamentares competentes, pessoas do bem, sérias, que cumpriria com novo ânimo o papel de representar a Casa do Povo.

Pernambuco de tantos nomes ilustres não se imiscui; políticos respeitados e honrados que enfrentaram dificuldades enormes e escreveram uma linda história de superação, motivo de orgulho para todos, merecem ser relembrados em momentos como este.

É hora de encarnar esse espírito, renovar a alma e desenhar um novo momento político em Pernambuco, sintonizado com o desejo dessa população que elegeu o governador Paulo Câmara, jovem preparado, moderno, dinâmico e humilde.

Definitivamente, repugna-se posturas autoritárias. Não combina com Pernambuco.

Os que ousam armar contra a democracia, não teria em nosso estado vida fácil. Digo, não teria – no passado. Hoje, Hugo Chavez, conhecido ditador venezuelano, já falecido, viesse passear pela rua da união se sentiria no Miraflores.

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