Pacientes protestaram e clamaram ajoelhados pelo não fechamento das unidades do HC em Fernandópolis e Jales |
Centenas de pessoas, entre pacientes e acompanhantes deram um abraço simbólico no Hospital de Câncer de Barretos – Unidade 3 de Jales. A manifestação aconteceu na manhã de quinta-feira, 9, e não teve participação de funcionários do hospital. Durante alguns minutos, os manifestantes fizeram orações e gritaram palavras de ordem. O objetivo foi chamar a atenção da população, sociedade e, principalmente, governantes, sobre o risco de fechamento da unidade de Fernandópolis e, em seguida, a de Jales.
A ameaça de fechamento foi feita pelo presidente da Fundação Pio XII, Henrique Prata, que mantém a rede de Hospitais de Câncer de Barretos. “Se alguma coisa não for feita, se o governo não credenciar o Hospital de Jales no SUS, fecharemos a unidade de prevenção de Fernandópolis e não descartamos fechar o Hospital de Jales até o fim do ano”, enfatizou Prata.
Os pacientes foram convidados de surpresa pelos organizadores, que percorreram praticamente todas as áreas do hospital. Eles formaram uma corrente de pessoas que andaram de mãos dadas pelas dependências externas até se concentrarem na avenida Francisco Jalles, em frente à unidade. Todos os pacientes e acompanhantes que podiam se locomover eram convidados. Poucos se recusaram, ainda assim por medo de perder o horário do atendimento.
A manifestação foi liderada pela paciente Leidi Batista Chaves dos Santos, goiana que vive entre Jales e Goiatuba, sua terra natal, há quatro anos, por conta do tratamento.
“A gente está fazendo a parte que cabe à gente. Lutar pelos nossos direitos, procurar os nossos direitos, abrir a nossa boca e unir ao seu Henrique e à população porque se a gente der as mãos é impossível que os governantes não tenham um coração, uma sensibilidade, enfim a gente tem que fazer a nossa parte”.
Leidi emendou: “O nosso objetivo é lutar pela vida e não permitir que isso aconteça. Imagina quantas milhares de pessoas serão prejudicadas. Pessoas que já passaram por aqui e vão passar. Que têm uma história dentro dessa instituição. Nós não podemos permitir. Não podemos fechar. Temos que abrir mais, não fechar. Se isso é uma obra de Deus, cabe a cada um abraçar essa causa”, completou.
Muitos pacientes não sabiam do risco e se mostraram indignados. “Isso aqui é uma coisa maravilhosa, uma obra de Deus. Não pode fechar”, disse uma paciente. “Com tanta roubalheira neste país, será que não sobra dinheiro para salvar a vida dos doentes?”, questionou um senhor que acompanhava a esposa doente.
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