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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

ENERGIA VAI FICAR MAIS CARA EM 2015, DIZ ANEEL

Empréstimos feitos pelo governo para socorrer as distribuidoras vão causar aumento de oito pontos percentuais nas tarifas de luz

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, estimou ontem em oito pontos percentuais o impacto financeiro dos empréstimos de R$ 17,7 bilhões às distribuidoras no custo da energia em 2015 e 2016. O primeiro empréstimo concedido às empresas foi de R$ 11,2 bilhões. O segundo, que ainda está sendo negociado entre o governo e instituições financeiras, gira em torno de R$ 6,5 bilhões. “Não estou querendo dizer que o reajuste do ano que vem será de 8%, pois isto depende de uma série de outros fatores”, explicou.

De acordo com Rufino, esse é o tamanho do repasse que será feito aos consumidores para cobrir os financiamentos bancários disponibilizados ao setor. Isoladamente, disse ele, o impacto dos empréstimos não representa o aumento real que será percebido nas contas de luz.

“O reajuste [das tarifas] nunca é exclusivamente ligado ao valor do empréstimo. É um conjunto de fatores [que são analisados pela agência]. Ele [o financiamento] vai impactar a tarifa. Agora, o tamanho do reajuste tarifário vai depender de outros fatores, não é só esse item que é levado em consideração”, afirmou.

Na lista de pontos que são levados em consideração pela agência na hora de reajustar o preço da energia está a inflação, o próprio custo da energia no ano que vem, o volume de investimentos feitos pelas empresas, entre outros. Significa que o aumento pode ser ainda maior ou menor, caso o governo consiga, de fato, fazer baixar o preço da energia ao retomar concessões de geração elétrica que vencem no próximo ano.

Dívida

Agência adia novamente prazo para distribuidoras pagarem R$ 1,3 bilhão

A Aneel aprovou o adiamento para 28 de agosto da liquidação das operações realizadas no mercado de curto prazo, referentes a maio, no valor de R$ 1,315 bilhão, devido pelas distribuidoras de energia à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Em seu relatório, o diretor Reive Barros disse que era prudente alterar a data.

Embora as negociações com as instituições financeiras que concederão o novo empréstimo devam estar concluídas até amanhã, data prevista para o pagamento, os recursos ainda não estariam disponíveis para realizar a liquidação. “Já está tudo encaminhado. Em princípio, são as mesmas garantias, o mesmo processo, o mesmo tudo. Agora, a taxa o Ministério da Fazenda é que está negociando”, disse o diretor da Aneel, Romeu Rufino.

Segundo ele, entre os focos da discussão dos bancos com o governo estaria uma elevação do juro cobrado no segundo empréstimo em relação ao primeiro, que foi de CDI mais 1,9% ao ano. Uma alta nessa taxa explicitaria o aumento do risco do setor elétrico para os credores, o que o governo quer evitar.

Gazeta do Povo

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