Um pastor de igreja evangélica na cidade de Vitória da Conquista, região sudoeste da Bahia, afirma ter sido dispensado do cargo por defender um adolescente homossexual. O pai do garoto registrou ocorrência na delegacia da cidade e a polícia vai apurar a denúncia.
O pastor relata ter recebido uma carta de demissão da igreja onde congrega há 18 meses. No documento, assinado por um conselho administrativo, os motivos apresentados são a ausência do pastor em cultos e visitas a idosos. Mas ele afirma que outra questão teria motivado a demissão.
“O real motivo foi justamente a questão de um adolescente que, tendo procurado o pai, falou sobre sua inclinação homossexual. Eu disse para ele que teria o meu apoio, sua família teria o meu apoio. O jovem vai permanecer na igreja, ele não será excluído. As pessoas desse conselho ficaram sabendo disso no mês de janeiro”, relata o pastor Sérgio Emílio Santos.
O pai do adolescente denunciou o fato na delegacia como discriminação. “A polícia deverá apurar os fatos, chamar todos para serem ouvidos”, afirma a delegada Karla Rodrigues.
O jovem conta que ficou sabendo na igreja da não aceitação dele por parte de alguns membros. “As pessoas têm que visar primeiro quem nós somos, têm que visar que todos somos iguais”, relata o rapaz, que prefere não ser identificado.
O advogado do conselho administrativo, Raimundo Cunha, diz que o pastor atuava interinamente e que não houve preconceito com relação ao adolescente. “Inclusive, a família desse rapaz faz parte do coral da igreja”, contrapõe o advogado.
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