Trata-se de um clichê popular, mas cujo teor não é infundado. O impacto do custo para manter um carro no orçamento é de fato semelhante ao de criar um filho, afirmam economistas consultados pela reportagem.
As despesas são regulares e vão muito além do valor desembolsado para a aquisição do veículo. Simulação feita pela FGV (Fundação Getulio Vargas) a pedido da Folha mostra que o dono gasta cerca de R$ 1.200 por mês para manter um carro de R$ 25 mil.
Não foi incluído o custo de compra do automóvel, mas apenas valores médios de despesas como impostos, seguro, manutenção e combustível, considerando uma rodagem anual de 12 mil quilômetros -média do brasileiro em 2011, segundo o Gipa (grupo de estudos automotivos).
Os valores podem variar de acordo com o Estado e o perfil do condutor. Há itens que podem sofrer reajustes, e o preço das revisões em concessionárias também mudam.
"Há pessoas que, entusiasmadas com o veículo, fazem a compra. Só depois percebem as consequências de sua decisão", afirma o economista Luis Corrêa, especialista em economia doméstica.
Para José Nicolau Pompeu, professor do departamento de economia da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), quem calcula apenas se o valor da parcela do financiamento cabe no bolso, subestimando todo o resto, perde o controle das finanças.
"Algumas pessoas acreditam que o carro é um bem de investimento, quando, na verdade, ele não passa de um bem de consumo, cuja aquisição mal planejada pode corroer o orçamento", alerta.
Ao lado de impostos e seguro, a manutenção é um dos itens que mais podem exigir dinheiro do novo feliz proprietário de um carro.
Mais rodados e desgastados, veículos usados costumam frequentar mais as oficinas que os zero-quilômetro.
"Procure um mecânico de confiança, faça mais de um orçamento e peça para ver as peças que foram trocadas", orienta Luis Nascimento, técnico da Mecânica Maneco.
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