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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Descasos sucessivos

Não bastasse a maior estiagem dos últimos 50 anos, o blogueiro mostrou, nas reportagens da série, feitas ontem, o quanto o descaso do poder público agrava o sofrimento do sertanejo.

Em Santa Maria da Boa Vista, que fica na beira do subaproveitado Rio São Francisco, a Adutora do Rio Garças, inaugurada pelo então governador Roberto Magalhães (DEM) em 1985, está abandonada há quase dez anos, deixando de irrigar 1,1 mil hectares e de gerar dois mil empregos.

O município ainda sedia outro empreendimento que não vingou: o Projeto Redenção, uma parceria da Chesf com o então prefeito Rogério Gomes. A companhia hidrelétrica doou os canos para uso no projeto – de segunda mão. Desproporcionais e enferrujados, os canos logo estouraram. Até hoje, a estação elevatória e o sistema de bombeamento resistem.

Ainda assim, o que a população recebe são cisternas portáteis, mesmo morando a menos de 10 km do rio. Com alguma sorte, têm água num reservatório, ao invés do sistema de irrigação com o qual deveriam contar. Como bem colocou uma moradora, se o município à beira do Velho Chico está assim, imagine a situação nas brenhas do sertão.

Alívio– O município de Serra Talhada recebeu, ontem, 100 toneladas de milho para ração, numa medida de combate às consequências da estiagem. As 1.161 sacas vieram de Petrolina e o alimento foi fornecido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O milho chegou com cinco meses de atraso. Antes tarde do que nunca.

Passando o bastão – Após se reunir com evangélicos para tratar do novo Código Penal, anteontem, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB), declarou que não está mais em “idade para assumir qualquer paternidade”,enfatizando que não concorre “mais a nada”. Ele esqueceu de esclarecer se vai seguir indicando nomes para altos escalões do Governo.

Pela causa - A Prefeitura do Rio de Janeiro decretou ponto facultativo na segunda-feira (26) à tarde, em virtude de uma manifestação contra o projeto de redistribuição dos royalties, aprovado pelo Congresso. A medida também foi adotada pelo Governo do Estado, além das concessionárias de serviços públicos. Uma delas, a Fetranspor, vai ceder tranportes, liberando as roletas de metrô.

Magno Martins.

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