EDUARDO E AÉCIO NEVES

Após impor uma derrota histórica a Lula, na eleição para a prefeitura de Manaus, o ex-senador Arthur Virgílio sacudiu as bases nacionais do seu partido com uma proposta revolucionária.

Ele está defendendo uma aliança do governador Eduardo Campos com o senador Aécio Neves na eleição presidencial de 2014, independente de quem encabeçaria a chapa. Foi a primeira vez que um tucano de bico grosso admitiu a hipótese de o senador mineiro figurar na chapa como candidato a vice.

É claro que ainda é muito cedo para se conversar sobre essas definições. Mas só o fato de uma liderança política do gabarito de Arthur estar aceitando que o PSDB não lance candidato próprio a presidente da República, para figurar como vice numa chapa encabeçada pelo PSB, é uma novidade nesta sucessão. O ex-senador parece convencido de que os tucanos de São Paulo dificilmente apoiariam Aécio e tratou logo de defender uma aliança deles com o governador de Pernambuco.

Isso também foi defendido aqui pelo prefeito reeleito de Jaboatão, Elias Gomes, que parece ter o mesmo entendimento do prefeito eleito de Manaus. Ou seja, é melhor arriscar a vice com um nome do partido do que ir para uma derrota certa contra Dilma em 2014, a menos que a economia dê com os burros n’água. Além do mais, eventual aliança nacional entre o PSDB e o PSB não seria encarada como artificial porque os dois partidos já são aliados em Minas, Paraná, Paraíba e Alagoas.

Os lisos – Dos 27 prefeitos de capitais eleitos no 1º ou no 2º turno, os dois mais ricos são do PSB: Mauro Mendes (Cuiabá) e Márcio Lacerda (Belo Horizonte). O primeiro informou à Justiça Eleitoral ter um patrimônio de R$ 116,8 milhões e, o segundo, de R$ 58,8 milhões.

O desgaste – Atribui-se a derrota de Nélson Pelegrino (PT) para ACM (DEM), em Salvador, ao desgaste do governador Jaques Wagner (PT). Que sai de casa para o Palácio, de helicóptero, todos os dias, e deixou que os professores da rede estadual passassem 115 dias em greve.

Ato falho – Assim que venceu a eleição para prefeito de SP, Fernando Haddad (PT) fez questão de agradecer publicamente dois apoios que recebeu: de Lula e de Dilma. Geraldo Júlio (PSB), no domingo da vitória, agradeceu aos partidos aliados, à militância, aos coordenadores da campanha, etc. Mas esqueceu de agradecer ao seu maior padrinho político: Eduardo Campos.

A renovação – Depois da vitória de Haddad (PT) em SP contra José Serra, o PT vai apostar na “renovação” visando às eleições de 2014. Até o nome já está escolhido para disputar o governo paulista contra Geraldo Alckmin: o do ministro Alexandre Padilha (saúde). Em Pernambuco ainda não há como renovar porque os quadros são os de sempre: João Paulo e Humberto Costa.

A volta – Por proposta do presidente Rui Falcão, a executiva nacional do PT vai debater hoje em SP um assunto polêmico: o retorno da tese do “candidato nato”. Se ela não tivesse sido extinta, o prefeito João da Costa teria sido candidato à reeleição sem necessidade de prévias.

O pires – Em relação a agosto, as transferências da União para os estados e municípios tiveram uma queda de R$ 3,3 bilhões no mês de setembro, deixando uma grande parte dos prefeitos com pires na mão. Alguns com o de Paudalho, Fernando Moreira PTB), demitiram até coveiros.

A ajuda – O jornalista Paulo Henrique Amorim disse em seu programa na Record News que Eduardo Campos contribuiu com pelo menos 1 voto para a vitória de Haddad (PT) em SP. É que ele pegou um táxi lá e perguntou ao motorista em quem iria votar. “Sou pernambucano de Exu e por isso vou r votar no Haddad, que tem o apoio do governador do meu estado”, disse ele.

Os recursos – Ainda tramitam no TSE cerca de 2 mil recursos referentes às eleições municipais. A presidente Carmem Lúcia quer julgar todos até 19 de dezembro, data da diplomação dos prefeitos eleitos. Os mais polêmicos de Pernambuco referem-se às eleições de Santa Maria da Boa Vista e Água Preta.

A transição – Acirra-se a disputa interna no PTB pelo controle nacional do partido depois que se descobriu que o presidente Roberto Jefferson tem câncer de pâncreas. Os petebistas não fizeram nenhum prefeito de capital nessas eleições. Mas sabem que o tempo de TV da sigla vale ouro em qualquer eleição.