Quem tem sono leve se lembra dos sonhos com maior frequência do que quem tem sono pesado. Em um estudo publicado neste domingo no periódico Neuropsychopharmacology, cientistas do Centro de Pesquisas em Neurociência de Lyon, na França, mostram que quem se recorda dos sonhos exibe mais atividade em uma área cerebral conhecida como junção temporo-parietal, responsável pela percepção de estímulos externos como sons e luz. São pessoas que despertam mais durante a noite e, assim, gravam mais os sonhos na mente.
CONHEÇA A PESQUISA
Onde foi divulgada: periódico Neuropsychopharmacology
Quem fez: Jean-Baptiste Eichenlaub, Alain Nicolas, Jérôme Daltrozzo, Jérôme Redouté, Nicolas Costes e Perrine Ruby
Instituição: Centro de Pesquisas em Neurociência de Lyon, na França
Dados de amostragem: 41 pessoas
Resultado: Os cientistas descobriram que pessoas que se lembram de seus sonhos com frequência exibem mais atividade cerebral no córtex pré-frontal e na junção temporo-parietal
Os pesquisadores submeteram 41 voluntários a tomografias durante o período de sono e de vigília. Entre eles, 21 costumavam se recordar de seus sonhos cerca de cinco dias por semana, enquanto os demais se lembravam apenas duas vezes por mês.
Os que se recordavam com maior frequência exibiam mais atividade cerebral no córtex pré-frontal e na junção temporo-parietal — ou seja, ficavam mais tempo "ligados" durante a noite, acordavam mais e, assim, tinham mais memórias do que aqueles com sono pesado. "O cérebro adormecido não é capaz de memorizar novas informações. Ele precisa estar acordado para fazer isso", explica Perrine Ruby, principal autora do estudo.
Os cientistas não excluem a hipótese de que algumas pessoas sonhem mais do que outras. "É possível que aqueles que têm mais lembranças de seus sonhos são também os que produzem uma maior quantidade de sonhos", afirmam no estudo.
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