Borges já está em campanha
A decisão da OAB, de antecipar a inconstitucionalidade da reeleição do presidente da Assembleia, Guilherme Uchoa (PDT), mudou o cenário político na Casa. O candidato do Governo é o deputado Waldemar Borges (PSB), que já vinha se articulando antes mesmo da iniciativa da OAB.
Resta saber se Uchoa está disposto a ir ao confronto. Votos, ele tem. Não se sabe se terá coragem cívica e política para o enfrentamento. Uchoa não estará medindo forças contra Borges isoladamente, mas contra a estrutura de um Governo que está se iniciando, com todo o seu aparato.
Deputados em início de legislaturas não costumam peitar Governo, mas seguir rigorosamente as orientações do rei. Waldemar Borges chegou a ser escolhido secretário de Desenvolvimento Social quando apitaram no seu ouvido que a OAB haveria de barrar a reeleição de Uchoa.
Tudo, diga-se de passagem, que o governador Paulo Câmara queria, para não se desgastar com um velho aliado, que o ex-governador Eduardo Campos deu a oportunidade de presidir a Assembleia por quatro mandatos. De antemão, Câmara chega para o diálogo com Uchoa amparado por uma decisão legal.
A OAB, na prática, deu a ele o discurso para afastar Uchoa pelo diálogo, o convencimento, evitando a queda de braço política, que não iria apenas desgastar o velho cacique, mas principalmente o Governo, que já tem um aliado histórico jogado no campo da oposição, o senador eleito Fernando Bezerra Coelho.
Bezerra, aliado a uma fera ferida como Uchoa, seria um prato indigesto para Paulo Câmara!
BRIGA FEDERAL– Na briga pela presidência da Câmara dos Deputados, o PT anunciou a formação de um Bloco com PDT, PROS e PCdoB, que reúne 110 deputados, em torno da candidatura de Arlindo Chinaglia (SP). Eduardo Cunha, que já está articulando sua candidatura desde o final da campanha eleitoral, recebeu ontem o apoio do DEM, 22 deputados, e do PTB, 25, e ontem do PRB, 21 deputados.
João derrota Mendonça– Perseguido pela oposição, o prefeito de Belo Jardim, João Mendonça (PSD), se livrou do último processo que poderia cassar o seu mandato no Supremo Tribunal Federal por unanimidade. Mas mesmo se tivesse vencido a parada, Mendonça Filho (DEM) não veria sua irmã Andrea prefeita, pois ela ficou em terceiro lugar na disputa em 2012.
Até o Natal– Ao prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT), com quem teve ontem uma longa conversa antes de conceder entrevista à TV Asa Branca, o governador eleito Paulo Câmara revelou o desejo de acabar com a montagem do segundo escalão do seu governo até o Natal. Secretários não terão autonomia para escolher dirigentes de órgãos subordinados.
Na linha de frente– Convidado pelo secretário estadual escolhido de Transportes, Sebastião Oliveira, para cuidar da área política da pasta, o deputado Inocêncio Oliveira (PR) ainda não se manifestou. Mas é pouco provável que recuse, até porque o velho cacique, apesar de não ter disputado a reeleição, continua fazendo o que gosta: política.
Acredite se quiser! – Numa nota seca, o senador eleito Fernando Bezerra Coelho ressalta que tem uma histórica relação com a Frente Popular e o PSB, partido que ingressou a convite de Arraes e Eduardo Campos, e que por isso mesmo não pensa em deixar a legenda. Tudo bem, mas Kassab já abriu as portas do PSD para ele.
CURTAS
SEM CHANCES– O atual secretário da Casa Civil, Luciano Vasquez, está de olho na presidência do Lafepe, de onde veio, mas as chances dele voltar a ser o mandachuva por lá são perto de zero. Até as paredes do Palácio das Princesas sabem disso!
REUNIÕES– O futuro secretário de Planejamento, Danilo Cabral, disse, ontem, no Frente a Frente, que o governador eleito Paulo Câmara seguirá o exemplo do ex-governador Eduardo Campos, reeditando o programa Governo nos municípios já no primeiro semestre de 2015.
Magno Martins
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