Com Dilma virtualmente garantida no segundo turno (se houver segundo turno...), as oposições movimentam-se para amarrar, senão um compromisso, ao menos a simpatia pela união em 2014.
O congresso do PPS, em abril, em Brasília, pode ser um bom momento para a turma bater um papo, digamos assim, sobre o momento político, a sucessão presidencial e a pretensão hegemônica lulista.
O eterno mandachuva do partido, Roberto Freire, valeu-se do tema do encontro -o que a "esquerda democrática" pensa e quais projetos tem para o país- para convidar intelectuais de diferentes tendências e todos os pré-candidatos de 2014: Aécio (PSDB), Eduardo Campos (PSB), Marina (Rede) e Gabeira (PV).
É para uma discussão preliminar sobre o segundo turno? Freire responde com um sonoro "não". Mas, em política, muitas vezes um "não" é, ou pode virar, um "sim". Depende das circunstâncias.
Lula e Dilma têm alta popularidade e visibilidade, usam a caneta sem pestanejar, anteciparam a campanha, fazem "o diabo" na TV e estão para anunciar uma minirreforma ministerial para selar lealdades partidárias pré-eleitorais.
Logo, um candidato contra Dilma só terá chance com um "acordão". Não como na Venezuela, onde, depois de mais de uma década de divisões e derrotas, a oposição construiu um candidato único e teve em torno de 44% de votos em 2012. Aqui, eles tentam cada um por si no primeiro turno e todos por um no segundo.
Marina tende à neutralidade, como em 2010, e Aécio não tem opção. A chave é Eduardo Campos. "Candidatíssimo", segundo Jarbas Vasconcelos, ele já é disputado pela oposição e pelo governo. Por quê? Se for para o segundo turno contra Dilma, poderá ter o apoio de todos os demais. Se não for, será o coringa, podendo ir para um lado ou para o outro.
Além da corrida presidencial, portanto, começou também a corrida por Eduardo Campos e pelo PSB. (*Folha de S.Paulo)
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