A exigência de exames ginecológicos para candidatas aos postos de delegada, escrivã e investigadora da Polícia Civil da Bahia (PCBA) causou indignação em concurseiros e técnicos no assunto, sobretudo porque implica comprovação da virgindade das interessadas, quando for o caso. O edital pede a todas uma “avaliação ginecológica detalhada”. Mas especifica que aquelas com “com hímen integro” estão dispensadas, desde que comprovem por atestado médico. Na tarde de ontem, o governador Jaques Wagner (PT-BA) suspendeu “os itens que possam causar constrangimento ou discriminação às mulheres”, informou pelo Twitter.
O conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF) Fernando de Assis Bontempo garante que a imposição é ilegal. “Não existe lei que obrigue a mulher a dar publicidade a essa informação, sendo virgem ou não.” Para o presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Marcos Leôncio, a regra que exige comprovação de virgindade é infeliz. “A aferição da saúde teria de ser feita por outro exame”. Uma delegada da PF que não quis se identificar aponta discriminação de gênero, porque, para os homens, pede-se o P.S.A. (diagnóstico de câncer de próstata), que é uma simples coleta de sangue.
O conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF) Fernando de Assis Bontempo garante que a imposição é ilegal. “Não existe lei que obrigue a mulher a dar publicidade a essa informação, sendo virgem ou não.” Para o presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Marcos Leôncio, a regra que exige comprovação de virgindade é infeliz. “A aferição da saúde teria de ser feita por outro exame”. Uma delegada da PF que não quis se identificar aponta discriminação de gênero, porque, para os homens, pede-se o P.S.A. (diagnóstico de câncer de próstata), que é uma simples coleta de sangue.
No entender do advogado Sérgio Camargo, a comprovação de virgindade “fere frontalmente princípios democráticos fundamentais da dignidade da pessoa humana”. Ele aconselhou as candidatas a procurarem o Judiciário e o Ministério Público.
Discriminação:
A Ordem dos Advogados do Brasil na Bahia (OAB-BA), em nota, ressaltou que pedir “que as mulheres se submetam a tamanho constrangimento é, no mínimo, discriminatório, uma vez que tal exigência não tem qualquer relação com as atribuições do cargo, além de tornar mais oneroso o concurso para as candidatas”. Ernani Pimentel, presidente da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac), disse que se trata de uma intromissão na área privada. “Todo cidadão tem liberdade. Ao se exigir uma prova de virgindade, está colocando isso em xeque.”
Discriminação:
A Ordem dos Advogados do Brasil na Bahia (OAB-BA), em nota, ressaltou que pedir “que as mulheres se submetam a tamanho constrangimento é, no mínimo, discriminatório, uma vez que tal exigência não tem qualquer relação com as atribuições do cargo, além de tornar mais oneroso o concurso para as candidatas”. Ernani Pimentel, presidente da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac), disse que se trata de uma intromissão na área privada. “Todo cidadão tem liberdade. Ao se exigir uma prova de virgindade, está colocando isso em xeque.”
A Secretaria de Administração da Bahia (SAEB) informou apenas que “a inclusão da questão é padrão e recorrente em concursos públicos similares”. A SAEB explica que a mesma cláusula “foi utilizada em diversos concursos pelo país”, inclusive os da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e do Corpo de Bombeiros Militar do DF”. A Previc e os Bombeiros negaram. Explicam que “os exames se restringem a mamografia, papanicolau e hemograma completo”, que podem ser feitos sem distinção. O concurso para a Polícia Civil da Bahia oferecem 600 vagas, com salários que variam de R$ 1.558,89 a R$ 9.155,28.
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