Exército pode atuar na construção de barragens
Possibilidade foi admitida pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, ao comentar a ajuda à população da Mata Sul
O Exército trabalhou na duplicação da rodovia BR-101Foto: Diego Nigro/Arquivo Folha |
O Exército, se solicitado, pode assumir a linha de frente da construção de quatro barragens prometidas para conter enchentes na Mata Sul do Estado. A declaração foi dada na quarta-feira (31) pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, ao comentar a ajuda dos militares aos desabrigados e desalojados na região, atingida por temporais no último fim de semana. Conforme o ministro, o setor de engenharia da força armada está “absolutamente qualificado” para contribuir com as obras, num eventual chamado.
Esses reservatórios, além de Serro Azul, em Palmares, o único que ficou pronto, foram anunciados pelo Governo de Pernambuco após as cheias de 2010 e poderiam ter amenizado os transtornos mais recentes. Só que, por razões diversas, como rescisões de contratos e até falhas em projetos, as obras pararam. Três deles terão que ser relicitados e podem ficar prontos só daqui a dois anos.
A entrada dos militares nas obras teria o objetivo de diminuir a elasticidade dessas previsões. A corporação, por meio de seu Departamento de Construção e Engenharia (DEC), já ficou à frente de serviços de duplicação e reparo em várias rodovias federais, entre elas, a BR-101, no trecho Nordeste. Parte da transposição do rio São Francisco também foi levada adiante pelo Exército, além de vários empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
No caso das barragens pernambucanas, ainda não há nenhuma definição nesse sentido. “O setor de engenharia do Exército está absolutamente qualificado”, afirmou Jungmann, citando a expertise dos militares na construção de outros grandes empreendimentos em vários estados do País. Apesar de Serro Azul ter contido um grande volume de água do rio Una e evitado um mal maior, como já destacou o Governo do Estado, o atraso na entrega das outras quatro barragens - Gatos, Panelas II, Barra de Guabiraba e Igarapeba (ver arte) - foi criticado por ter inviabilizado o controle dos afluentes daquele curso d’água, como os rios Pirangi e Panelas.
O Palácio do Campo das Princesas chegou a dizer que a falta de repasses federais travou as obras. Mas, conforme informações da Agência Brasil, o Ministério da Integração Nacional explicou, em nota, os recursos foram devolvidos por Pernambuco à União depois que foram identificadas “falhas e exigências de readequações nos projetos das barragens de Gatos e Panelas II”.
As outras duas barragens tiveram obras paradas por motivos distintos. A de Igarapeba, em São Benedito do Sul, na Mata Sul, demandou mais R$ 63 milhões em aportes federais, o que motivou uma nova análise do Ministério do Planejamento, ainda não concluída. Já a de Barra de Guabiraba, no Agreste, teve o contrato com a construtora rescindido. Na terça-feira, o governador Paulo Câmara anunciou que o Estado e a União fariam um levantamento conjunto do que falta ser feito nos quatro reservatórios. A previsão é de que conclui-los gere a necessidade de investimentos de até R$ 600 milhões.
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