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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Estrutura precária expõe fragilidade em delegacias do interior de Alagoas








Estrutura precária, baixo efetivo de policiais e condições insalubres: a fragilidade nas delegacias do interior de Alagoas tem possibilitado fugas de detentos e colocado em risco a vida de policiais e presos. A superlotação nas carceragens é outro problema enfrentado pela Polícia Civil, que tem desacelerado operações para capturar bandidos por não ter onde abrigar presos.

O novo presídio de Craíbas, que tem inauguração prevista para o fim do mês, surge como uma solução para minimizar o caos nas delegacias de Alagoas. Com capacidade para 786 reeducandos, o complexo terá 20 celas e áreas destinadas à ressocialização, salas de saúde, estação própria de tratamento de água e esgoto e espaços para oficinas profissionalizantes.

Enquanto isso, as delegacias registram superlotação e caos. De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol/AL), a situação é grave e pode "explodir" a qualquer momento. 

“As delegacias de Delmiro Gouveia, Santana do Ipanema, Palmeira dos Índios, União dos Palmares e Penedo são as que recebemos mais reclamações. Em Penedo, por exemplo, a capacidade é para 35 presos, mas agora há 91 detentos nas carceragens. Já em União, são mais de 40 presos, quando o limite é de 15”, explicou o vice-presidente do Sindpol, Edeilto Gomes.

Nesta semana, ele visitou delegacias do Litoral Norte do estado e constatou problemas graves na estrutura das delegacias. Em União, 45 presos estão encarcerados em apenas três celas. Uma grade de ferro que dava acesso ao corredor e possibilitava a ventilação das celas foi fechada com a construção de uma parede, para evitar fugas. “Virou praticamente uma sauna”, comentou.

Já em Colônia Leopoldina, o principal problema é a alimentação fornecida aos presos. Segundo Edeilto, o recurso que chega para a aquisição de comida é de R$ 200 por mês, e os presos têm comido apenas salame. Dos 16 detentos que estão presos na delegacia, 10 são de outras cidades, o que impossibilita que as famílias entreguem alimentos. Um único policial dá plantão na unidade.

A localização da delegacia de Novo Lino tem prejudicado o trabalho dos policiais, de acordo com o Sindpol. “O prédio é ‘arrodeado’ por uma casa, qualquer dia um preso pode fugir pelo telhado vizinho. Não tem como o delegado interrogar ninguém sem que o vizinho ouça tudo”, explicou.

Um relatório completo sobre a situação de todas as delegacias de Alagoas deve ser confeccionado pelo Sindpol no final do ano e entregue aos órgãos competentes. “A Seds [Secretaria de Estado da Defesa Social] informou que trabalha para construir este presídio [em Craíbas], esperamos que a execução desta obra seja levada a sério, para que não tenhamos uma unidade de açúcar, que pode derreter a qualquer momento, ou de queijo suíço, cheio de ‘buracos’”, criticou Edeilto.

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