Caruaru, maior colégio eleitoral do Interior, vive uma situação inusitada: as três principais forças políticas que se digladiam pelo poder local – os Queiroz, os Lyra, o deputado Tony Gel e sua esposa Miriam Lacerda, ex-deputada estadual – apoiarão em 2014 Eduardo para presidente e, consequentemente, o candidato dele a governador.
Mas como água e óleo não se misturam, já deixaram o governador antecipadamente informado de que na campanha em Caruaru terá que fazer três eventos num só dia. O prefeito José Queiroz, presidente estadual do PDT, é aliado histórico do governador. João Lyra, por sua vez, é o vice-governador.
Até aí, não há nada novo, embora Queiroz e Lyra não se biquem, não troquem sequer um bom dia cordialmente. O fato novo que intriga a política caruaruense é a adesão do deputado Tony Gel, que saiu do DEM e com a mulher Miriam aterrissaram no PMDB, anunciando de imediato alinhamento ao governador, de quem sempre divergiram.
Quem conhece de perto as peculiaridades da acirrada política de Caruaru sabe que Gel e Miriam nunca subirão num mesmo palanque com Queiroz e Lyra, mesmo estando em jogo o projeto presidencial de Eduardo.
“Quando vir a Caruaru Eduardo terá que tomar café com Queiroz, almoçar com João Lyra e jantar com Gel e Miriam”, ironiza um petista, para quem será difícil o eleitor da capital do forró compreender e assimilar esta salada de fruta eleitoral e política.
Antes da migração de Gel para o palanque governista, Eduardo teria que subir em dois palanques, tendo em vista que a briga dos grupos Queiroz e Lyra, hoje, é muito radicalizada.
Gel só acrescentou, portanto, um palanque a mais ao governador, o que pode ser administrado sem problemas, desde que o líder socialista tenha a capacidade de evitar que, ao se misturar com Gel e Miriam, Queiroz e Lyra não arranquem as unhas, de tanto roer de ciúme. E ciúme de macho sabe-se lá como é!
Nenhum comentário:
Postar um comentário