Não, não é questão de pesquisa: pela pesquisa, Dilma caiu, Aécio subiu, mas a presidente continua favoritíssima. A questão é outra: é o discreto afastamento de sua candidatura de políticos cujo faro, por questão de sobrevivência, é apurado. Eles sentem antes de todos quem vai nomear e demitir no próximo Governo.
Romero Jucá, que foi líder do Governo tanto de Fernando Henrique quanto de Lula, expoente da equipe de raposas predadoras do PMDB, já está na oposição - Aécio ou Eduardo, tanto faz, mas com quem estiver na frente.
O PR, do mensaleiro preso Valdemar Costa Neto, decidiu romper com o Governo (sem, naturalmente, abandonar os cargos que ocupa). O líder da bancada, deputado Bernardo Santana, tirou o retrato de Dilma da parede e colocou o de Lula. Com Lula, diz, o PR marcha. Com Dilma, nem sonhar (a menos, claro, que ela exiba maior musculatura eleitoral).
O PMDB apoia Dilma, mas importantes seções estaduais - como a do Rio - vão para a oposição.
E o cacique-mor do PSD, Gilberto Kassab, comprometido com a reeleição, negocia em São Paulo com PSDB e PMDB, e liberou as seções estaduais para que apoiem quem quiserem para a Presidência.
O usineiro Maurílio Biagi entrou no PR com o compromisso de ser vice de Alexandre Padilha, candidato do PT ao Governo paulista. Já desistiu: disse que o agronegócio vai mal, que a culpa é de Dilma e
que fará campanha para candidatos de oposição. A coisa pode mudar se o candidato for Lula (a colunista Joyce Pascowitch garante que Lula já decidiu disputar).
Mas, se isso demorar, desanda.
Por Carlos Brickmann
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