Foto: Adriano Monteiro |
Mais uma vez, a justiça devolveu a cinco dos dez vereadores afastados em Caruaru o direito de retomarem seus mandatos. E não será surpresa se nos próximos dias os outros cinco parlamentares pilhados na Operação Ponto Final, acusados de corrupção passiva e organização criminosa, também retornarem.
Segundo a polícia apurou, os vereadores teriam exigido do prefeito José Queiroz (PDT) o valor de R$ 2 milhões para aprovação do projeto do BRT (Bus Rapid Transit), orçado em R$ 250 milhões.
Foram presos, após seis meses de investigação da Polícia Civil, os vereadores Sivaldo Oliveira (PP), Cecílio Pedro (PTB), Pastor Jadiel e Val das Rendeiras (Pros), todos da base governista, e mais seis da oposição: Val (DEM), Louro do Juá e Eduardo Cantarelli (SDD), Jajá (expulso do PPS), Neto (PMN) e Evandro Silva (PMDB).
Mas a justiça soltou logo em seguida todos eles por decisão monocrática do desembargador Fausto Campos. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) expediu, em seguida, uma recomendação à Câmara de Caruaru sugerindo a abertura de um processo de cassação dos dez vereadores presos.
O MPPE também ingressou com uma ação cautelar de improbidade administrativa contra o grupo, mas ontem o processo sofreu uma nova reviravolta e cinco vereadores foram reintegrados aos mandatos.
Uma vergonha! A justiça, que tarda e falha no País, permite que a Câmara de Caruaru viva uma situação sui generis: o pagamento adicional, desde dezembro do ano passado, dos salários de 10 suplentes, inflando a folha em R$ 90 mil a cada mês.
Tudo porque nenhum vereador afastado deixou de receber seus subsídios, enquanto a mesa da Câmara teve que convocar os suplentes para garantir o quórum das sessões. Neste caso, só eles ganham. Quem perde é a sociedade com a sangria dos cofres do Legislativo.
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