Mais um jovem foi assassinado em Santa Cruz do Capibaribe. Avítima foi Paulo Sérgio da Silva, 16, era filho do popular Cabelo de Ouro, aquele da bicicleta de som, que depois passou para uma moto de som.Conheci Paulo Sérgio ainda menino, ajudando seu pai a vender meu jornal Página Livre, e na época correndo ao lado de Cabelo de Ouro na missão de arrumar o pão de cada dia para a família.
Quem trabalha no centro comercial de Santa Cruz ou mesmo na periferia da cidade, teve a oportunidade de ver pai e filho fazendo divulgação e “zoada” por onde passava. Mas Paulo Sérgio cresceu e infelizmente quando entrou na adolescência enveredou pelo caminho infeliz da criminalidade.
O pai afirmou a imprensa que soube que o filho havia tomado o rumo errado há quatro meses e que o aconselhara a deixar as amizades ruins de lado, sem sucesso.
Fico a imaginar em que ponto ele se perdeu. O que faltou para que ele continuasse trabalhador e honesto.
Mas talvez as perguntas devessem ser dirigidas aos que faltaram na assistência a adolescentes como Paulo Sérgio, que vivem na periferia da cidade e nos bairros mais afastados, convivendo com o esgoto a céu aberto, saúde deficitária, ausência de incentivo à prática esportiva e cultural, assistência social incompleta e uma educação que se restringe a sala de aula, sem ouvir a comunidade.O tiro na cabeça vitimou não só o adolescente que vinha cometendo crime de roubo, mas apagou de vez com uma história que poderia ser bem diferente.
Possivelmente o assassino seja outro menor, e possivelmente com uma história parecida com a da vítima. Os jovens associados ao crime em Santa Cruz estão se matando, enquanto nossas crianças não estão tendo e faz tempo, a assistência devida por parte de quem deveria cuidar e não cuida.
Texto:
Marcondes Moreno (Que teve uma juventude ligada a cultura em Santa Cruz)
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