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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

CURTAS VERDADES DO MAGNO




Sem influência de Dilma

À propósito do meu comentário de ontem, no qual identifiquei o crescimento de Armando Monteiro no Ibope à vinculação da sua campanha com à imagem de Dilma, que cresce e já impôs uma vantagem de dez pontos sobre Marina, o marqueteiro Marcelo Teixeira, da Makplan, discorda e faz a seguinte avaliação:

“Meu caro Magno,

Em 2010, no Nordeste, principal região eleitoral pró Dilma, a presidente tinha palanques com candidatos fortíssimos. Na Bahia, Wagner teve 63,83% dos votos no primeiro turno; Dilma, 62,62%. Em Pernambuco, Eduardo teve 82,84%; Dilma, 61,75%. No Ceará, Cid teve 81,27%; Dilma, 63,30%.

Na Paraíba, Dilma tinha o apoio dos dois principais candidatos: Ricardo Coutinho e Zé Maranhão, ambos tiveram 49%. No Maranhão, a presidente tinha os dois principais candidatos. No Piauí, era apoiada pelo que ganhou, Wilson Martins. Em Sergipe, por Marcelo Deda. Em Alagoas e Rio Grande do Norte teve bons palanques, Ronaldo Lessa e Iberê, obtendo 50% dos votos para presidente.

Hoje, o quatro é outro. Na Bahia, quem lidera é Paulo Souto, do DEM. Em Pernambuco, Paulo Câmara, do PSB. No Ceará, Eunício Oliveira (PMDB) e Tasso Jereissati (PSDB). Na Paraíba, Cássio Cunha Lima e Ricardo Coutinho, PSDB e PSB, ou seja, Dilma tem oposição forte em todos os Estados.

As eleições do Norte e Nordeste têm uma diferença para Sul e Sudeste. Na parte de cima do Brasil, é a força da base que vence as eleições. No Sul e Sudeste, as eleições são vencidas pelo candidato, ou seja, puxadas por cima. Nas últimas eleições presidenciais Lula e Dilma perderam no Sul e no Sudeste, ganharam no Norte e no Nordeste.

Nas três últimas eleições presidenciais fiz as contas baseadas nas abstenções e aplicando as pesquisas em cada Estado. Publiquei nos blogs e nos jornais que, na minha opinião, haveria dois turnos nas eleições, apesar de pesquisas indicarem a vitória de Lula e Dilma no primeiro turno, a abstenção é maior nas regiões mais atrasadas.

As eleições têm oposição contra o governo do PT e de Dilma. Cerca de 70% da população quer mudar e a mudança é Marina. Os eleitores de Paulo Souto, Geraldo Alckmin, Cássio Cunha Lima, Paulo Câmara do Beto Richa no Paraná e Ana Amélia no Rio Grande do Sul não votarão em Dilma. Não se pode esquecer que o Governo Federal tem apenas 35% de aprovação. Acrescente-se que a rejeição a Dilma é muito alta: também 41%, segundo o Ibope.

Além disso, pancada sem uma prova contundente provoca um pequeno abalo, que logo é esquecido. Notamos nesta reta final uma estratégia mais agressiva do PT em relação a Marina. Porém, os golpes não tendem a abalar fortemente a candidata de oposição, pois faltam argumentos mais claros que avalizem as acusações.

Em 89, a grande Imprensa e os candidatos a presidente, principalmente Brizola e Lula, bateram em Collor sem provas, já no segundo turno Collor bateu em Lula no caso do aborto com prova da mãe de Lurian, na mesa cheia de dinheiro da Roseane Sarney, ou ainda, o palavreado do próprio Ciro Gomes se referindo à Patrícia Pillar.

Na minha opinião, o voto de protesto, o voto de oposição, o voto útil e a abstenção farão Marina chegar taco a taco com Dilma no primeiro turno. Quanto ao Ibope local, Paulo continua subindo e dentro da margem de erro pode estar com 41% e Armando 33%. E vamos aguardar o Datafolha!”

(Marcelo Teixeira, diretor-presidente da Makplan, é publicitário da Makplan, trabalhou em diversas campanhas políticas para Brizola, Arraes, Cristovam, Marta Suplicy e outros).

ALINHAMENTO– A campanha de Marina Silva recebe relatos muito animadores dos estados. Eles informam que o apoio popular à candidata está rompendo com o alinhamento dos palanques, estaduais e nacional, dos adversários. Um dos informes feitos ontem, na coordenação, partiu de Goiás. Em um comício, o governador Marconi Perillo foi aplaudido ao afirmar que estava com Aécio, mas e fosse Marina a adversária de Dilma iria para o seu palanque.


Rumo ao encolhimento– Mesmo com Marina Silva no segundo turno e um leve aumento de bancada na Câmara, o PSB não deve ter um bom desempenho na eleição nos Estados para governador. Os socialistas elegeram cinco governadores em 2010, mas agora podem levar três em Estados sem peso e relevância política.

Esperteza socialista– O presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, deve ser reconduzido ao posto em eleição que convocou cinco dias antes da eleição porque foi esperto. Se a sucessão tivesse ficado para o período pós-eleitoral não teria a mesma facilidade, porque o diretório de Pernambuco lançaria um candidato: o prefeito do Recife, Geraldo Júlio.

Prova dos sete – A pesquisa Datafolha, em parceria com a TV-Globo em Pernambuco, para governador e senador sai amanhã. Nunca um levantamento foi tão aguardado com tamanha ansiedade, porque deve tirar a chamada prova dos sete em relação ao Ibope, que trouxe Câmara e Armando empatados, 39% e 35%, respectivamente. 


Atração de palanque – Depois que fez sua estreia no palanque de Paulo Câmara em Caetés, o jovem João Campos, provável herdeiro político do ex-governador Eduardo Campos, tem sido uma atração à parte nos comícios da Frente Popular pelo Interior. Prefeitos e aliados têm aconselhado Câmara a trazer o garoto, que tem vocação e gosta da atividade pública.

DEBATE– O segundo debate na televisão entre os candidatos a governador em Pernambuco acontece amanhã nos estúdios da TV-Clube. Armando e Câmara, que agora aparecem empatados, devem provocar “novas emoções”.

NASSAU– Além do Datafolha, que sai na sexta na segunda edição do NE-TV, o Instituto Maurício Nassau divulga, hoje, no início da tarde pelo site do Leia Já, mais uma pesquisa para governador do Estado e senador. Amanhã, sai no JC.

Perguntar não ofende: Dilma vai conseguir desconstruir Marina da forma como deseja?

"Balança enganosa é abominação para o SENHOR, mas o peso justo é o seu prazer". (Provérbios 11-1)

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