Osso do reino - O Diário Oficial do Estado publicou, ontem (7), a exoneração do então secretário-executivo de Agricultura do Governo de Pernambuco, Oscar Barreto (PT). Um dos últimos petistas a resistir à resolução da direção nacional que exigiu a entrega de cargos ocupados por petistas nas gestões socialistas, Oscar, agora, começa a se desvencilhar do rótulo “petista queijo do reino”, aquele que é vermelho por fora e amarelo por dentro. O secretário de Habitação do Recife, Eduardo Granja, por sua vez, aparenta não se importar com as piadinhas dos companheiros de legenda e permanece fiel... ao osso.
Existe coisa mais vergonhosa do que precisar se munir de falsas ameaças e discursos vazios para obter espaço na mídia? Não é novidade para ninguém que uma grande parte do PMDB anda descontente com as decisões (ou a falta delas) tomadas pela presidente Dilma Rousseff (PT), mas ficar nesse chove-não-molha de dizer que vai romper uma aliança construída à nível nacional, isso sim é novidade. Ou talvez não seja.
A política separa o joio do trigo como ninguém quando o assunto é indecisão. Ficar em cima do muro não rende votos, não consolida alianças e não atrai capital. A incerteza sobre quais bandeiras serão defendidas ao longo de um mandato não faz brilhar os olhos de quem tem dinheiro para bancar campanhas.
Ainda assim, líderes peemedebistas insistem em ameaçar a cúpula petista. Da boca para fora, porque essa novela, que se arrasta há mais de um ano, não deve terminar numa ruptura. Ao menos não a nível nacional.
O PMDB é um partido que adora indicar. Não pode ver um lugar vago que logo trata de reunir uns e outros para apontar aquele nome, aquele quadro indispensável. Gosta tanto do verbo indicar que, mais dia, menos dia, vai indicar alguém para algum posto de conciliador na Venezuela ou na Ucrânia. Não importa onde, como ou quando, o importante é indicar.
O problema é que, para continuar com saga de indicações, o partido precisa continuar ao lado de quem está no poder. Estabelecer uma aliança com os adversários da presidente Dilma Rousseff, ainda que possível, não é viável, muito menos fácil. E ainda que tais planos se concretizassem, elos já foram firmados e, por isso, naturalmente, os peemedebistas teriam que reduzir o número de indicações.
Então, se com uma ruptura nessa altura do campeonato o partido poderia vir a perder um dos seus maiores passatempos, qual o motivo de tanta picuinha pública? Falta do que fazer, só pode.
Fifa Fan Fest – O ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, aproveitou a passagem pela capital pernambucana, quando representou a presidente Dilma Rousseff (PT) no velório do ex-deputado federal Sérgio Guerra (PSDB), para ventilar a possibilidade de o Recife sediar o Fifa Fan Fest. De acordo com o ministro, a decisão da prefeitura foi de não usar recursos públicos para a montagem do evento, o que, segundo ele, não deveria ser interpretado como um cancelamento. “Uma coisa é dizer que não tem recurso público para fazer e outra coisa é dizer que não vai fazer”, disse.
Renovação - A coordenação da campanha do governador Eduardo Campos (PSB) à Presidência da República vai mesmo apostar na ideia da “nova política”. As inserções do partido na tevê, a serem veiculadas neste mês de março, mostrarão o governador orgulhoso por ter promovido uma renovação nos quadros públicos do estado, uma forma de tentar aproximar o pré-candidato às vozes que saíram às ruas em junho do ano passado. As peças publicitárias vão têm duração de 30 segundos cada e vão ao ar em horário nobre nos próximos dias 07, 10 e 12.
Em pratos limpos - O vice-governador João Lyra Neto (PSB) resolveu acabar com os rumores sobre uma possível indigestão quanto à escolha de Paulo Câmara (PSB) para a disputa ao Governo de Pernambuco e disse, ontem (7), que vai trabalhar na campanha do correligionário. Ao contrário de uma parte dos seus aliados, que moveram mundos e fundos para tornar conhecida a sua insatisfação pelo ungido do governador Eduardo Campos (PSB), Lyra, político de longa estrada, encontrou uma forma de lidar com o fato e se prontificou a não medir esforços em prol de uma vitória da Frente Popular.
CURTAS
Magoou - Apesar das aparências, o clima entre o ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e o pré-candidato à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB), não anda tão amigável assim. A constatação surgiu durante o velório do ex-deputado federal Sérgio Guerra, ontem (7), na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Aécio entrou por uma porta e Serra saiu por outra.
Cessar fogo – O presidente nacional do PMDB, Valmir Raupp, esteve reunido com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tentar encontrar uma forma de acalmar os ânimos entre Rui Falcão (PT) e Eduardo Cunha (PMDB). Os meios para isso continuam desconhecidos, mas os caciques concordaram que passou da conta a troca de farpas entre o presidente petista e o líder peemedebista, aliados, até então.
Perguntar não ofende: Até quando vai durar o silêncio dos adversários quanto às tentativas de Eduardo Campos se vender como o messias da “nova política”?
Magno Martins
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