A Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro) está trabalhando para tornar Pernambuco um Estado livre da febre aftosa. Para isso, o órgão publicou, na última semana, portarias que proíbem, a partir desta terça-feira (15), a entrada em nosso território de bovinos, caprinos e seus produtos advindos da Paraíba e do Rio Grande do Norte.
Eles são os únicos estados da região que ainda não conseguiram elevar seu status sanitário e, portanto, não podem comercializar produtos bovinos ou caprinos com nenhum outro do Nordeste. Para fiscalizar a entrada de animais, serão estabelecidas onze barreiras sanitárias fixas nas fronteiras do Estado e mais 18 móveis. A gerente geral da Adagro, Erivânia Camelo, afirma que, se os animais irregulares forem pegos na fronteira, serão devolvidos à origem; enquanto os apreendidos dentro do território pernambucano terão de ser sacrificados.
Produtores paraibanos que quiserem entrar em Pernambuco terão que pedir autorização ao Ministério da Agricultura. “De fato, será um prejuízo grande para os criadores da Paraíba, principalmente os que possuem animais selecionados, já que não poderão participar de feiras e eventos do setor”, avalia Erivânia. Anualmente, Pernambuco vende uma média de 33 mil animais para a Paraíba, e compra 30 mil cabeças.
Pernambuco vem há vários anos tentando conseguir a mudança do status sanitário, de “médio risco” para “livre de febre aftosa com vacinação”. Este ano, conseguiu autorização do Ministério da Agricultura para realizar a última etapa do processo, que é a coleta do sangue dos animais para exame que constate a ausência da doença.
Para a averiguação, foram sorteadas 126 propriedades por todo o Estado, entre as que mais vendem produtos bovinos e caprinos. Antes de dar início ao processo, a Adagro está visitando as localidades para saber se os animais registrados ainda estão sob sua posse. “O problema é que, com a seca, os proprietários estão vendendo os animais”, aponta a gerente geral da Adagro, Erivânia Camelo.
A vacinação dos rebanhos, que já deveria ter iniciado, foi adiada para o mês de junho por causa dos testes, segundo a gerente. “Se os animais fossem vacinados, poderia ocorrer reação adversa no exame, com a possibilidade de um resultado positivo falso”, explica.
A diretora acredita que o Estado esteja em boas condições. “Nós temos um rebanho crescente, de aproximadamente 2,4 milhões de bovinos e 1,4 milhão de caprinos. Fazemos uma boa cobertura com a vacina, com escritórios da Adagro em 140 municípios. Isso tudo gerou a autorização do Ministério para conseguirmos o status de livre da aftosa”, avalia. Segundo Erivânia, o último caso registrado de febre aftosa em Pernambuco foi em 1998, porém, como a fiscalização na época era muito precária, só é possível comprová-la de 2004 para cá.
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