Ejacular durante sete dias consecutivos pode melhorar a qualidade dos espermatozoides, mostra um estudo australiano com 118 homens. No trabalho, divulgado no encontro da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, foram avaliados pacientes que tinham mais de 15% de seus espermatozoides com DNA danificado – a média de danos era de 34%. Todos os voluntários ejacularam por sete dias seguidos. Após o período, a média de danos no DNA caiu para 26%.
O ginecologista e obstetra David Greening, que liderou o estudo, sugere que esse fato possa indicar que relações sexuais diárias, até sete dias antes da ovulação, melhoram os índices de fecundação.
Para o urologista Jorge Hallak, pesquisador da USP, o estudo reflete a fisiologia humana, mas é incompleto. “Os espermatozoides ficam menos tempo no epidídimo e, por isso, apresentam melhor qualidade. Mas o estudo precisaria ter recrutado homens com espermatozoides absolutamente normais”, pondera.
Hallak, entre outros especialistas brasileiros, já indica relações sexuais diárias entre cinco e sete dias antes da ovulação a casais que desejam engravidar. “O objetivo é ejacular uma carga dos melhores espermatozoides”, afirma.
No entanto, ainda não há consenso entre os médicos sobre qual seria a frequência ideal. “Recomenda-se que haja relação sexual em dias alternados do oitavo ao décimo oitavo dia do ciclo menstrual ou ao menos de duas a três vezes por semana durante o mês”, afirma o urologista Marcelo Vieira, coordenador de projetos da Sociedade Brasileira de Urologia.
Para Vieira, mais estudos são necessários para que seja possível confirmar a relação entre ejaculação frequente e aumento nas taxas de fecundação.
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