Além da estiagem que atinge Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste, a cidade está enfrentando outro problema que afeta o abastecimento de água: as ligações clandestinas. Preocupada com o colapso da barragem Poço Fundo, que levou a uma queda de 50% da vazão total da cidade (os outros 50% correspondem às adutoras Tabocas e Machados), 20% estão sendo desviados, por roubo, causando dificuldades no atendimento ao município.
Para combater o furto, a Compesa já iniciou inspeções no sistema. Na primeira delas, os técnicos encontraram indícios de ligações irregulares e acionaram a Policia Militar para ajudar na operação de combate às fraudes, que agravam a situação de falta de água.
Nessa fiscalização, foram identificadas 30 dessas ligações, com a autuação de oito pessoas. Os técnicos ainda não conseguiram mensurar o ganho de vazão após a retirada dessas ligações clandestinas. Mas, diante do êxito da ação, a Compesa e a Polícia Militar vão dar continuidade às operações, que serão feitas semanalmente. O objetivo é localizar e cortar ligações clandestinas com o objetivo de recuperar a vazão de água, evitando a intensificação do racionamento, que hoje é de um dia com água para sete dias sem.
O gerente regional da Compesa, Artur Correia, explica que o desvio de água das adutoras prejudica o abastecimento das cidades, já que essa água é consumida antes de chegar às casas dos moradores. “Em sua maioria essas ligações clandestinas são usadas para irrigar plantações ou encher barreiros, quando o destino correto dessa água é o consumo humano”, relatou.
Como as atividades agrícolas usam muito mais água que um consumidor residencial médio, cada pessoa que pratica o furto acaba prejudicando várias famílias que dependem daquela água. “Buscamos o apoio da polícia para agilizar a repressão aos furtos. Com o apoio da corporação, a Compesa faz o corte da ligação e registra na hora o boletim de ocorrência contra os infratores”, explicou Correia.
O gerente também afirmou que a Compesa está estudando ações “para tirar essas pessoas da informalidade”. Há planos de interligar as chácaras à rede de distribuição, mas o uso deverá ser fiscalizado, já que a água é voltada apenas para o uso residencial.
Do Blog do Jamildo
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