Empossados os novos prefeitos, o ideal é que o debate político neste ano de 2013 não fosse “eleitoralizado”, conforme disse tantas vezes o governador Eduardo Campos. Já que se trata de um ano “não eleitoral”, seria conveniente que os gestores públicos de todos os níveis deixassem as eleições de lado, passando a priorizar efetivamente aquilo que interessa à população: a gestão. Mas no Brasil, infelizmente, a tradição de iniciar o debate com dois anos antecedência tende a continuar.
A presidente Dilma permanecerá no foco porque está todo mundo de olho na economia. Se o Brasil retomar o rumo do crescimento econômico, ela se tornará, automaticamente, uma forte candidata à reeleição. Ou, como diz o governador de Pernambuco, se conseguir “ganhar 2013”, recolocando o país nos eixos, ganhará também 2014. Para isso, entretanto, terá que tomar medidas que proporcionem o crescimento do PIB e não apenas o controle da inflação e da taxa de desemprego.
Independente disto, é inevitável que a campanha presidencial comece a ganhar as ruas no ano que está se iniciando. Eduardo Campos deu sua contribuição para o “não debate” ao afirmar à revista “Época” que pretende marchar com Dilma e 2014. Mas vejam o que está dizendo a revista “Veja” desta semana: “Certo empresariado paulista que andou em sintonia com o PT nos últimos 10 anos está se organizando para oferecer jantares a Eduardo Campos”. Para debater a Copa? Claro que não!
A demissão – Um dos primeiros atos do novo prefeito de Tabira, Sebastião Dias (PTB), que é poeta e cantador de viola, foi demitir do Hospital Municipal o médico e ex-prefeito de São José do Egito, Antonio Valadares, por ter subido no palanque do seu opositor Dinca Brandino (PSB).
A recusa – O ex-vereador Maré Malta (PSD) recusou a direção do Procon do Recife por achar que o cargo não tem muito a ver com a sua formação profissional. Ele é policial federal e acha que poderia prestar melhores serviços ao prefeito Geraldo Júlio (PSB) em outra função.
A emenda – Tramita no Congresso emenda de autoria do ex-senador Marco Maciel (DEM) propondo a mudança da data da posse dos prefeitos, governadores e presidente da República, que hoje é 1º de janeiro. Ele considera essa data imprópria porque dificulta a vinda de chefes de estado ou de governo, ao nosso país, os quais são obrigados a “romper” ano dentro de um avião.
O rodízio – O prefeito José Queiroz (PDT) fez questão de frisar em seu discurso de posse que nos últimos 60 anos Caruaru teve apenas seis prefeitos, que foram os seguintes: João Lyra Filho, Drayton Nejaim, Anastácio Rodrigues, João Lyra Neto, Tony Gel e ele próprio. João Lyra Filho teve três mandatos, Drayton dois, João Lyra Neto dois, Tony Gel dois e Queiroz quatro.
As opções – Se tivesse que indicar nomes de ex-prefeitos do partido para trabalhar no governo estadual, o PR indicaria três, sem desmerecer os demais: Rogério Leão (Belmonte), Nivaldo Lúcio Júnior (Correntes) e Eliana Soares (Santa Cruz). Nivaldo perdeu a eleição por 1 voto.
As derrotas – Cerca de 30 dos 184 prefeitos pernambucanos que tomaram posse anteontem não conseguiram eleger o presidente das respectivas Câmaras Municipais. Em muitas cidades, os candidatos a presidente se aliaram de última hora à bancada de oposição e derrotaram o prefeito.
A ausência – Embora convidado, Inocêncio Oliveira (PR) não foi à posse do prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), que já foi seu aliado e hoje é adversário político. Quem fez questão de prestigiá-la foi o deputado Gonzaga Patriota (PSB). Duque não passou recibo da ausência e logo no discurso de posse estendeu a mão a Inocêncio “pelo bem de nossa cidade”.
O recado – Antes das festas de final de ano, o ex-presidente Lula teria enviado este recado ao governador Eduardo Campos por intermédio de um amigo comum: “o lugar dele na sucessão presidencial de 2014 é o mesmo meu e da presidente Dilma”. Ou seja, abraçar-se com a oposição seria uma fria.
A batalha – O prefeito de Petrolina, Júlio Lossio (PMDB), fez questão de deixar claro em seu discurso de posse que não sossegará enquanto não conseguir municipalizar os serviços de água e esgoto, hoje sob controle da Compesa. A Constituição está do seu lado, pois diz que o poder “cedente” é o município.
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