Já foi dito aqui neste mesmo espaço que a safra de prefeitos que concluiu seu mandato em 31 de dezembro, com raras exceções, deixou muito a desejar. Foi dito também que ela foi penalizada por decisões do governo federal de aumentar o salário mínimo e o piso dos professores, acima dos índices inflacionários, enviando a conta para os prefeitos pagarem. Bem como pela redução dos impostos que são pagos pela indústria automobilística para que não houvesse desemprego no ABC paulista.
Agora, o que se tem visto muito hoje em Pernambuco são prefeitos decretando
“situação de emergência” pelo caos que herdaram dos antecessores. Se o decreto
por si só resolvesse alguma coisa, incluindo o município numa lista que os
habilitasse a receber recursos da União, por exemplo, estaria plenamente
justificado. Mas a intenção de alguns prefeitos não é essa e sim eliminar a
obrigatoriedade da licitação para efetuar compras, especialmente de remédios e
material hospitalar.
Ora, decorridos 107 dias da eleição e 22 da data da posse, é hora de
desmontar os palanques e começar a trabalhar. Isso não significa que os novos
prefeitos não devem mostrar à população e aos órgãos de controle como a casa
lhes foi entregue. Eles têm obrigação de fazer isso em respeito ao princípio da
transparência. Mas o caos que encontraram não deve servir de desculpa para uma
eventual inoperância. Afinal, eles foram eleitos para dar um novo direcionamento
aos seus municípios.
O espaço – Ficou pequeno o espaço no PP para abrigar a um só tempo os
deputados Roberto Teixeira e Eduardo da Fonte. O primeiro acusa o segundo de
“autoritarismo” e pretende levar o caso ao presidente nacional, senador
Francisco Dornelles (RJ), para arbitrar o conflito interno.
A primazia – O prefeito reeleito de Vicência, médico Paulo Tadeu (PSB), diz
que a primazia do lançamento da candidatura do secretário Tadeu Alencar (Casa
Civil) à sucessão de Eduardo Campos lhe pertence e não ao também médico e
prefeito de Cabrobó Auricélio Torres (PSB).
Coração 1 – Caso haja melhora no seu estado de saúde, o ex-deputado Fernando
Lyra será submetido a uma cirurgia para implantação de um coração artificial. É
a saída recomendada pela equipe médica que o assiste no Instituto do Coração
(SP). Esse coração mecânico já foi testado com sucesso na Alemanha e um dos seus
primeiros receptores foi o senador Romeu Tuma (SP).
Coração 2 – Quando Tuma foi operado em 2010, o coração custava US$ 500 mil,
mas hoje já pode comprado por US$ 200 mil. Familiares do ex-deputado já
providenciaram a importação e agora aguardam o “ok” dos médicos. Em todo Brasil,
apenas seis pessoas se submeteram a esse tipo de tratamento, três das quais
foram assistidas pelo mesmo médico de Lyra: José Nicolau.
O adeus – O ex-prefeito de Carpina, Manoel Botafogo, não saiu sozinho do
PSDB. Também pediram desligamento dos quadros do partido sua irmã Judite, que
foi prefeita de Lagoa do Carro e hoje assessora o prefeito Renildo Calheiros
(Olinda), e o sobrinho Botafogo Filho.
É o caos! – Está na lista de prioridades do novo prefeito de Goiana, Fred
Gadelha (PTB), tirar o lixo e ordenar o trânsito no distrito de Ponta de Pedras,
local onde uma parte da elite recifense possui casa de veraneio. Só quem vive
por lá é que tem ideia do abandono a que foi relegado.
Onde anda? – Já foi mais próxima a relação entre os ex-prefeitos Zeca
Cavalcanti (Arcoverde) e Eudes Caldas (Cabrobó), ambos filiados ao PTB e gente
de confiança do senador Armando Monteiro. Zeca é pré-candidato a deputado
federal em 2014 numa possível dobradinha com o colega. Mas depois da eleição deu
um “mergulho” e isso dificultou a comunicação entre eles.
A apatia – Pesquisa feita pelo Ibope constatou que o mensalão abalou a imagem
do PT. Em 2010 o PT era o partido preferido por 30% dos brasileiros. Hoje, só
24% responderam que têm simpatia pelo partido, ante 6% pelo PMDB e 5% pelo PSDB.
Já 56% dos eleitores não têm simpatia por partido nenhum.
O libelo – Do prefeito de São Lourenço, Ettore Labanca (PSB), a propósito da
matéria que a repórter Sônia Bridi produziu domingo para o Fantástico sobre a
seca no Nordeste: “Foi o maior libelo (acusação) contra a insensibilidade da
presidente Dilma Roussef diante dessa tragédia que aflige a nossa região”.
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