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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

POLICIAIS ALAGOANOS SÃO INVESTIGADOS


22/11/2010 13h07 - Atualizado em 22/11/2010 14h52
Três policiais são investigados por mortes de moradores de rua em AL
Segundo a Polícia Civil, tráfico de drogas é a principal causa para os crimes.
Relatório aponta que 61,5% dos 39 casos apurados foram esclarecidos.
Glauco Araújo
Do G1, em São Paulo

imprimir Três policiais civis são investigados por suspeita de envolvimento em mortes de moradores de rua em Maceió. Os crimes ocorreram desde janeiro até novembro deste ano. Segundo a Polícia Civil de Alagoas, 61,5% dos 39 casos apurados foram esclarecidos com apoio da Força Nacional de Polícia Judiciária. Sete pessoas foram presas, entre elas um ex-policial civil. O relatório da investigação, divulgado nesta segunda-feira (22), apontou que 83% das vítimas tinham envolvimento com o tráfico de drogas.

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Em outubro, a Secretaria Nacional de Direitos Humanos cobrou a solução dos casos de assassinatos. Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil, em Alagoas, as vítimas foram mortas a tiros, apedrejadas, queimadas e espancadas.

De acordo com a Promotoria de Justiça do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas, a apuração dos crimes cometidos contra moradores de rua é apenas um dos cenários entre os 1,2 mil homicídios registrados em Alagoas neste ano. "O índice de identificação de autoria desses crimes é muito baixo. Muitos moradores de rua que foram assassinados em Maceió tinham alguma relação com o crack. É preciso que a polícia tenha mais estrutura para atuar", disse o promotor Alfredo Gaspar de Mendonça.

De acordo com Ivair Augusto dos Santos, coordenador do Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional da População em Situação de Rua, o esclarecimento de 61,5% dos casos registrados na capital alagoana é o primeiro de muitos passos para diminuir a violência em Maceió. "Cobramos um posicionamento das autoridades do estado, especialmente da área de segurança pública, sobre o que estava ocorrendo na região. A investigação é importante, mas agora entra o trabalho multidisciplinar de assistência social aos moradores em situação de rua."

Santos disse ainda que considera grave a possível participação de policiais nos crimes apurados. "Esse é um fato revelador e que precisa de atenção. Temos de capacitar tanto a polícia como as pessoas que atuam diretamente com a faixa da população mais carente e pensar em um resultado preventivo contra a violência."

Em nota, a Polícia Civil de Alagoas informou que alguns casos tiveram características da participação de grupo de extermínio. Um vigilante autônomo, que atuava para uma rede de supermercados, é suspeito de quatro assassinatos e está preso.

Um dos homicídios chamou a atenção da investigação por causa da motivação. Uma das vítimas, de 23 anos, foi morta em julho deste ano porque havia apostado na vitória da seleção brasileira na Copa do Mundo da África do Sul. O Brasil venceu e o perdedor da aposta, para não pagar a dívida, resolveu matar oponente.

O delegado-geral Marcílio Barenco disse, em nota, que as autoridades municipais e estaduais de direitos humanos e assistência social irão trabalhar na prevenção, diminuindo dessa forma a necessidade de repressão que é de responsabilidade da Polícia Civil.

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