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quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Dengue superlota hospital e idosa aguarda atendimento deitada no chão
Idosa aguarda atendimento no chão de hospital em PE

Uma idosa deitada no chão, ao lado de uma lixeira, com apenas uma toalha como proteção, e uma mãe em lágrimas com o filho doente no colo compõem o cenário na recepção do Hospital Rui de Barros Correia, em Arcoverde, no Sertão de Pernambuco. Com a unidade superlotada após um aumento de 175% na média diária de atendimentos, os pacientes reclamam da falta de médico. O conselho gestor do hospital atribui o aumento na demanda a uma epidemia de dengue na região.

Conforme levantamento da direção, a média de atendimento de 200 usuários por dia subiu para550. Em nota, a direção do hospital informou que "reconhece a grande demanda na emergência da unidade, provocada, sobretudo, pela epidemia de dengue que atinge a Região de Arcoverde, mas esclarece que mantém o atendimento a todos os pacientes, dando prioridade aos casos mais graves". Ainda segundo a nota, "70% dos casos que chegam ao hospital poderiam ser atendidos em unidades e serviços de menor complexidade".

O filho da idosa que aguardou atendimento no chão disse que a situação é frequente na unidade. "Olha como a coitada está, não tem doutor. Olha como está a situação. É todo dia esse problema", afirmou Antonio Carlos Nunes.
Superlotação em hospital de Arcoverde(Foto: Reprodução/TV Asa Branca)

Além dela, outras pessoas esperavam por atendimento de forma improvisada - alguns deitados em bancos. Com a demora no atendimento, uma mãe chora com o filho no colo. De acordo com o pai, Sebastião Ferreira, a criança está com sintomas da dengue. "A família inteira com esse problema e infelizmente a gente não tem a quem recorrer", disse o aposentado.

Um ofício foi enviado pelo conselho gestor do hospital à prefeitura, pedindo apoio nos atendimentos. "Solicitamos um apoio, para que aqui na frente do hospital, intalasse uma tenda e viesse dar um apoio com médico, técnico e enfermeiro", afirmou Arnaldo Tenório, presidente do conselho.

Policlínica superlotada

Arcoverde registrou de janeiro a novembro, 1.789 casos de dengue e chikungunya; apenas em novembro foram mais de mil casos, segundo dados da prefeitura. Com o aumento na demanda de pacientes, a rede municipal também está superlotada. Em uma policlínica, o número de atendimento subiu de 80 para 300 por dia e salas foram improvisadas para acelerar as consultas.
A secretária de Saúde de Arcoverde, Andreia Britto, disse que "como a gente está com uma quantidade grande de casos de dengue e chikungunya - e estamos com três casos de microcefalia notificados -, estamos precisando de suporte tanto de medicamentos, que a gente vai ter que comprar fora de licitação, insumos e também contratação de profissionais sem concurso público. Em estado de emergência, pode ser que a gente tenha uma resposta mais rápida".

G1.GLOBO.COM

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