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terça-feira, 3 de abril de 2012

Cresce número de idosos morando sozinhos no Brasil

Esta é uma situação bastante complexa. Alguns idosos, por decisão pessoal ou por falta de outras alternativas acaba optando por morar sozinho. Isto não é problema quando o idoso é ativo e independente, o problema começa a acontecer quando ele apresenta problemas de saúde que podem dificultar seu dia-a-dia ou mesmo colocá-lo em risco.


Quem são estes idosos que moram sozinhos? Normalmente são viúvos, solteiros, divorciados, sem filhos, que não têm muitos parentes, ou cujos parentes residem em outras cidades. Claro que isto não é uma regra única, também existem outros que possuem família, filhos que residem na mesma cidade, e mesmo assim optam por morarem sozinhos por não abrirem mão de sua casa, de sua privacidade e de seus hábitos, pois julgam não se adaptarem dividindo a moradia com outras pessoas.


Em se tratando de idosos saudáveis ou não, muitas características da moradia podem colocá-los em risco, que pode ser potencializado quando não há outra pessoa em casa para socorrê-lo imediatamente em caso de acidente, como degraus, tapetes, banheiros sem barras de apoio, mesinhas de centro e outros adereços que podem se transformar em riscos potenciais de acidentes domésticos.


Dependendo da situação da saúde do idoso, a realização de tarefas domésticas como lavar, passar, varrer e cozinhar também podem oferecer algum tipo de risco. Neste sentido, o que dizer daqueles idosos (especialmente as senhoras) que mesmo em idade avançada insistem em fazer todo o serviço de casa sem a ajuda de ninguém e se arriscam lavando banheiro, limpando azulejos no alto da cozinha, limpando vidraças? Caso o idoso tenha condições e vontade de realizar tarefas domésticas, é importante estimulá-lo a manter sua autonomia, porém com ressalvas. É essencial que a dona de casa idosa tenha a ajuda de outra pessoa (da família ou uma funcionária doméstica) para realizar as tarefas mais arriscadas e auxiliá-la sempre que precisar.


Caso o idoso comece a apresentar problemas de saúde a presença de outra pessoa na casa torna-se essencial, principalmente se sua condição de saúde implica em risco iminente de morte, como problemas cardiológicos, respiratórios, neurológicos, dentre outros. Também precisa de companhia o idoso com déficit visual, auditivo, problemas de equilíbrio, dificuldades de locomoção, dentre outros. O idoso com demência costuma recusar esta idéia no início, mas a medida que seu grau de comprometimento vai agravando, a família se vê obrigada a intervir, mesmo que o idoso rejeite a idéia inicialmente. No caso do idoso lúcido, porém portador de alguma doença que possa colocá-lo em risco, a situação é ainda mais delicada. Estas pessoas têm condições cognitivas de responder sobre seus atos e a família precisa ter jogo de cintura para convencê-los de que ficar sozinho pode ser um risco potencial à sua saúde. Um médico de confiança pode intervir, conversando com o idoso para mostrar a ele os riscos e as vantagens de ter alguém por perto, mesmo que apenas em alguma parte do dia (quando o idoso for saudável).


Algumas medidas podem auxiliar o idoso que mora sozinho ou passa parte do dia sozinho: Dispor de telefones sem fio, celulares e mantê-los sempre em mãos pela casa; deixar uma luz acesa próxima ao caminho para o banheiro durante a noite; manter agendas nos cômodos da casa com telefones de parentes próximos, do médico, de serviços de atendimento de emergência e de um disque táxi; deixar uma cópia da chave da casa com uma pessoa de confiança, parente ou vizinho; avisar porteiros e vizinhos que mora sozinho e deixar com eles o telefone de parentes, para que possam contatá-los em caso de emergência; deixar receitas médicas sempre à vista para que possam recorrer em caso de emergência; retirar da casa possíveis causadores de acidentes e, mais importante de tudo: o idoso deve reconhecer suas limitações e aceitar a ajuda e a companhia de parentes e amigos que se dispõem a ajudar ou, quando isto for inviável, contratar profissionais de confiança para estarem por perto.


Às vezes é viável que os familiares se revezem para deixar o idoso sempre acompanhado, preservando assim sua moradia, e fazendo com que, de certa forma, o idoso continue residindo sozinho, contando apenas com a presença de “acompanhantes em escala”. Isto resultará na diminuição dos riscos de acidentes e, consequentemente, numa menor preocupação por parte da família.

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