.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A guerra por água está apenas começando


Açude de poço fundo (Santa Cruz do capibaribe)

Jornais, rádios e televisões estão cobrindo com mais intensidade a seca que aflige os nordestinos. Ela é a maior dos últimos 40 anos e os seus efeitos podem ser sentidos em qualquer cidade do sertão. Rios, açudes e barragens secos, animais mortos na beira das estradas por não terem achado água para beber, carros-pipa insuficientes para atender a todos os necessitados e os prefeitos desesperados com a queda do FPM e a falta de meios paradar assistência a todas as pessoas que os procuram.

Diferentemente das secas anteriores, esta tem pelo menos um atenuante: o bolsa família do governo federal. A ajuda é pequena, mas pelo menos aboliu a fome nas regiões castigadas pela estiagem. Não se vê mais, como no século passado, flagelados perambulando pelas ruas atrás de esmola, nem tampouco invadindo mercados, supermercados e feiras livres. Essa guerra aparentemente está superada, se bem que outra mais grave está apenas começando: a guerra por uma lata d’água.

Os carros-pipa estão indo buscar água na Paraíba para abastecer parte da zona rural e na zona urbana quem tem alguma condição está se virando com água mineral. Para terem ideia de como isto é grave, no Pajeú todos os reservatórios já secaram ou estão secando, salvo as barragens do Rosário (Iguaracy) e de Serrinha (Serra Talhada). A solução é captar água no rio São Francisco e distribuí-la para a região por meio de uma rede de adutoras. Isso custaria 1/3 do trem bala. Mas cadê a vontade política?

Nenhum comentário:

Postar um comentário