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domingo, 13 de julho de 2014

PE: empreiteiras superfaturaram contratos com refinaria Os dois consórcios e a empreiteira que aparecem numa planilha de repasses a empresas do doleiro Alberto Youssef conseguiram a aprovação de 84 aditivos em contratos firmados com a Petrobras para as obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Os aditivos elevaram em R$ 1,36 bilhão o valor dessas parcerias. A cada R$ 100 contratados por meio de licitação, mais R$ 16,30 foram acrescidos sem a necessidade de uma nova concorrência, apenas por meio de decisões dos gestores da refinaria. O GLOBO teve acesso às cópias dos aditivos assinados para as obras de Abreu e Lima, empreendimento que teve um aumento de gastos de US$ 2,3 bilhões (R$ 5 bilhões) para mais de US$ 20 bilhões (R$ 44,2 bilhões). Um levantamento inédito mostra o aumento de 16,3% nos contratos com a Jaraguá Equipamentos e com os consórcios CNCC, formado pela Construtora Camargo Corrêa e pela Cnec, e Conest, constituído pelas empreiteiras Odebrecht e OAS. Os três grupos aparecem numa planilha apreendida pela Polícia Federal que registrou, segundo as investigações, repasses de R$ 31 milhões a empresas, algumas de fachada, de Youssef. Suspeita-se que o dinheiro foi destinado a pagamento de propina, em troca de contratos para a refinaria. Os aditivos contratuais, num primeiro momento, ampliaram os prazos para a execução das obras. Depois, permitiram a inclusão de serviços e fornecimentos que não estavam previstos nos contratos originais, o que elevou o valor a ser pago às empreiteiras. Esses instrumentos foram assinados entre 2009 e 2014 pela presidência da refinaria. EX-DIRETOR QUE ESTÁ PRESO PRESIDIA CONSELHO Até abril de 2012, quando exercia o cargo de diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa era o principal responsável pelas obras. Ele presidiu o Conselho de Administração da refinaria, inclusive após abril de 2012, como consta na denúncia do Ministério Público Federal (MPF) referente à Operação Lava-Jato. Contratos e aditivos passavam por deliberação do conselho. No cargo de conselheiro, Costa “contava com o direcionamento” das licitações, conforme a denúncia do MPF. Após deixar a Petrobras, continuou exercendo influência nas decisões sobre a Abreu e Lima, segundo a denúncia. Outros servidores públicos são investigados. A suspeita é que tenham agido a mando do ex-diretor. Costa está preso no Paraná, sob suspeita de, com com Youssef, ter desviado e lavado dinheiro destinado a Abreu e Lima. O doleiro também cumpre prisão preventiva. Formado pelas construtoras Odebrecht e OAS, o consórcio Conest aumentou em 19,4% o valor de dois contratos para as obras da refinaria. Foram R$ 894,5 milhões a mais por meio de 39 aditivos, entre 2009 e 2014 e que elevaram o valor global de R$ 4,607 bilhões para R$ 5,501 bilhões. Na planilha, a empresa aparece como tendo repassado R$ 184 mil em julho de 2012 para a GFD a título de “comissão”. O maior destes contratos,tinha valor inicial de R$ 3,1 bilhões e recebeu 15 aditivos, passando a R$ 3,7 bilhões. Escrito por Magno Martins, às 20h00



Os dois consórcios e a empreiteira que aparecem numa planilha de repasses a empresas do doleiro Alberto Youssef conseguiram a aprovação de 84 aditivos em contratos firmados com a Petrobras para as obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Os aditivos elevaram em R$ 1,36 bilhão o valor dessas parcerias. A cada R$ 100 contratados por meio de licitação, mais R$ 16,30 foram acrescidos sem a necessidade de uma nova concorrência, apenas por meio de decisões dos gestores da refinaria.


O GLOBO teve acesso às cópias dos aditivos assinados para as obras de Abreu e Lima, empreendimento que teve um aumento de gastos de US$ 2,3 bilhões (R$ 5 bilhões) para mais de US$ 20 bilhões (R$ 44,2 bilhões). Um levantamento inédito mostra o aumento de 16,3% nos contratos com a Jaraguá Equipamentos e com os consórcios CNCC, formado pela Construtora Camargo Corrêa e pela Cnec, e Conest, constituído pelas empreiteiras Odebrecht e OAS.

Os três grupos aparecem numa planilha apreendida pela Polícia Federal que registrou, segundo as investigações, repasses de R$ 31 milhões a empresas, algumas de fachada, de Youssef. Suspeita-se que o dinheiro foi destinado a pagamento de propina, em troca de contratos para a refinaria.

Os aditivos contratuais, num primeiro momento, ampliaram os prazos para a execução das obras. Depois, permitiram a inclusão de serviços e fornecimentos que não estavam previstos nos contratos originais, o que elevou o valor a ser pago às empreiteiras. Esses instrumentos foram assinados entre 2009 e 2014 pela presidência da refinaria.

EX-DIRETOR QUE ESTÁ PRESO PRESIDIA CONSELHO

Até abril de 2012, quando exercia o cargo de diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa era o principal responsável pelas obras. Ele presidiu o Conselho de Administração da refinaria, inclusive após abril de 2012, como consta na denúncia do Ministério Público Federal (MPF) referente à Operação Lava-Jato. Contratos e aditivos passavam por deliberação do conselho.

No cargo de conselheiro, Costa “contava com o direcionamento” das licitações, conforme a denúncia do MPF. Após deixar a Petrobras, continuou exercendo influência nas decisões sobre a Abreu e Lima, segundo a denúncia. Outros servidores públicos são investigados. A suspeita é que tenham agido a mando do ex-diretor. Costa está preso no Paraná, sob suspeita de, com com Youssef, ter desviado e lavado dinheiro destinado a Abreu e Lima. O doleiro também cumpre prisão preventiva.

Formado pelas construtoras Odebrecht e OAS, o consórcio Conest aumentou em 19,4% o valor de dois contratos para as obras da refinaria. Foram R$ 894,5 milhões a mais por meio de 39 aditivos, entre 2009 e 2014 e que elevaram o valor global de R$ 4,607 bilhões para R$ 5,501 bilhões. Na planilha, a empresa aparece como tendo repassado R$ 184 mil em julho de 2012 para a GFD a título de “comissão”. O maior destes contratos,tinha valor inicial de R$ 3,1 bilhões e recebeu 15 aditivos, passando a R$ 3,7 bilhões.

Escrito por Magno Martins

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