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sábado, 12 de julho de 2014

Coluna do sabadão



Nem quente, nem frio

O deputado Daniel Coelho, que adora bater num Governo que o seu partido, o PSDB, integra, veio a público negar indicações que fez para o Detran. Mas ele não indicou apenas aliados para o Detran.

Na verdade, também apadrinhou nomeações na Secretaria do Trabalho, outra gleba que a legenda tucana controla na gestão socialista fruto de acordo entre o ex-presidente Sérgio Guerra, falecido em março passado, e o ex-governador Eduardo Campos.

As revelações da lista dos protegidos de Daniel foram feitas pelo presidente demissionário do Detran, Caio Melo, que se sente apunhalado pelo parlamentar, conforme abriu o jogo num desabafo à jornalista Renata Melo, da Folha de Pernambuco.

Como todo político, Daniel esconde o jogo. No campo da sucessão estadual, por exemplo, diz que está neutro, não seguindo a orientação do PSDB em apoio a Paulo Câmara. Se está neutro, o tucano pratica então a política do muro, não sendo nem frio, nem quente.

Recorro ao livro de Apocalipse: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca”.

Na política, como na vida espiritual, já se pode ver que o morno, o muro, é algo abominável. E perigoso! Marina que o diga! Saiu com o capital de 20 milhões de votos na eleição presidencial passada, mas no segundo turno ficou em cima do muro, ou seja, morna.

Deu no que deu. O tempo se encarregou de fazer o restante e hoje sequer conseguiu registrar o seu partido, a Rede Solidariedade. Não há, portanto, espaço mais desaconselhável para um político do que o muro, que se traduz por fraqueza.

REFIS DOS CLUBES – Para evitar repercussão negativa em ano eleitoral, a presidente Dilma segurou a votação na Câmara de projeto que institui a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte. Ela parcela o pagamento de R$ 3,3 bilhões de dívidas dos clubes, com IR, INSS, FGTS e BC. Desde maio, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, resiste em fazer um Refis para o futebol. O presidente da Câmara, Henrique Alves, pressiona pela votação.


Despedida irônica– Em carta ao PMDB, o ex-prefeito de Olinda, José Arnaldo Amaral, culpa os prefeitos de Olinda e Bom Conselho pela sua decisão de desistir da disputa de um mandato federal. “Não dá para subir num mesmo palanque com o prefeito comunista do dinheiro alheio (Renildo Calheiros) e o prefeito socialdemocrata de marré, marré (Danilo Godoy)”, ataca, para complementar: “São desastres administrativos em heroicas e maltratadas cidades”.

Sem nenhum efeito – Pode ser que o resultado da Copa influa nas eleições. Mas a história do país não sugere essa vinculação. O Brasil ganhou em 1994 e o governo elegeu FH. O Brasil perdeu em 1998 e FH se reelegeu. Em 2002, o Brasil foi campeão e FH não elegeu Serra. O Brasil perdeu em 2006 e Lula foi reeleito. O Brasil voltou a perder em 2010 e Lula elegeu a sua sucessora: Dilma, relembra Ilimar Franco, em sua coluna de O Globo.

E o culpado? Felipão! – O presidente da CBF, José Maria Marin, culpa o técnico Luiz Felipe Scolari pela goleada por 7 a 1 para a Alemanha. Marin criticou a escalação da equipe e disse ter ficado surpreso com a entrada de Bernard no lugar do atacante Neymar, que estava machucado. O cartola esperava um time mais fechado para enfrentar os alemães.


Cabeça a prêmio – Três dias após declarar apoio ao candidato do PTB a governador, Armando Monteiro, o deputado Raimundo Pimentel corre o risco de perder o controle da Gerência Regional de Educação do Araripe, com sede em Petrolina. A gerentona foi colocada lá pelo parlamentar contrariando o prefeito Alexandre Arraes, que se aliou ao ex-deputado Bringel pela degola dela.

FENEARTE– Amanhã, quando se encerra a feira, terão passado pela Fenearte, no Centro de Convenções, 320 mil pessoas, segundo estimativas do Governo, o que confirma, mais uma vez, o sucesso da promoção.

NO PAJEÚ– Antes de inaugurar o comitê regional da sua campanha no Pajeú, hoje, Paulo Câmara (PSB) e o candidato a senador, Fernando Bezerra, participam de uma caminhada e depois de um comício em Afogados da Ingazeira.

Perguntar não ofende: Alguém ainda vai perder seu tempo hoje vendo o jogo do Brasil contra a Holanda?

'Não comas o pão daquele que tem o olhar maligno, nem cobices as suas iguarias gostosas'. (Provérbios 23-6)

Magno Martins

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