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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Falta aos jovens uma agenda política

A volta dos estudantes às ruas do Recife, ontem, para protestar contra a má qualidade do transporte coletivo que nos é oferecido foi bem recebida pela população e ao mesmo tempo festejada como um espetáculo democrático. Afinal, a maioria deles sequer era nascida quando se realizou a campanha das “diretas já” e a UNE liderou um movimento para derrubar o presidente Collor de Mello. Todavia, o movimento precisa de uma agenda política para render frutos mais adiante.

Como movimento social, a manifestação foi nota dez. Viu-se coisas pelas ruas como há muito não se via a exemplo de jovens portando a Bandeira Nacional e vestindo branco para simbolizar a luta pela paz. Mas ela precisa ser politizada sob pena de caminhar para o vazio. Politizar é definir uma agenda política que possa ser sustentada em 2014 quando haverá no país eleições gerais para presidente da República, Câmara Federal, Senado, governos estaduais e Assembleias Legislativas.

Se as reivindicações forem politizadas, é possível obter do Congresso a aprovação de algumas reformas pelas quais o país luta há muitos anos. Mas um protesto despolitizado, por mais gente que possa reunir, será apenas um protesto. E não é desejável que a agenda desses jovens se esgote na luta pela melhoria do transporte público e a redução de 10 centavos no preço da passagem de ônibus. O protesto pelo protesto é rebeldia sem causa, e não é essa agenda que se espera de nossa juventude.

A conciliação – Amigos comuns estão tentando reconciliar Sérgio Guerra (PSDB) com o prefeito de Limoeiro, Ricardo Teobaldo (PSDB), mas tá difícil. Ambos foram carne e unha até a eleição de 2012. Como são candidatos à Câmara Federal em 2014, a política os distanciou.

O conceito – Sérgio Guerra (PSDB) foi majoritário em Limoeiro para a Câmara Federal em 2010 com apoio do prefeito Ricardo Teobaldo (PSDB), mas em 2014 não será mais. “Sei que não tenho votos lá, mas tenho conceito. E isso pode fazer a diferença”, afirma o deputado.

Em férias – Pediram licença à Assembleia Legislativa para viajar ao exterior em “missão cultural” os deputados José Humberto Cavalcanti (PTB), Rildo Braz (PRP) e André Campos (PT). O primeiro vai para a Alemanha (21/06 e 03/07), o segundo para Israel e Itália (23 a 30/06) e o terceiro para o Canadá (29/06 a 14/07). Todos viajarão às suas próprias custas.

No jogo – Do vice-governador João Lyra Neto (PDT) sobre o candidato da Frente Popular à sucessão de Eduardo Campos: “Se serei candidato ou não, o tempo dirá. Mas só porque me movimentei um pouquinho, nos últimos dois meses, eu acho que estou no jogo”. O vice procurou por sua própria conta políticos do governo e da oposição para dialogar sobre 2014.

2º plano – Depois de ter sido deputado estadual, vice-prefeito do Recife, presidente da Fundação de Cultura e secretário de Educação, o deputado Raul Henry não coloca sua reeleição no PMDB em 1º plano. A prioridade do partido, diz ele, é a reeleição do senador Jarbas Vasconcelos.

O silêncio – A cúpula do PMDB parou de falar na candidatura do prefeito Júlio Lossio (Petrolina) a governador por ter identificado nele uma nítida “falta de vontade”. Como ele também não quer ser deputado federal, já decidiu apoiar o vice Guilherme Coelho (PSDB).

O ânimo – À medida que a presidente Dilma Rousseff vai perdendo popularidade, mais chance tem o PSB de lançar a candidatura de Eduardo Campos ao Palácio do Planalto. O governador não é candidato, ainda, porque não conseguiu celebrar alianças que lhe garantam pelo menos cinco minutos de TV. Mas depois dos protestos que ocorrem no país, tem tudo para conseguir.

A utopia – Protestar nas ruas contra a corrupção, a impunidade e outros males que afligem o país é direito legítimo de qualquer cidadão assegurado pela Constituição. Mas pleitear “tarifa zero” nos transportes coletivos como fazem alguns estudantes é utopia. Como não há almoço grátis, alguém pagaria a conta.

A miopia – Diz o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) que depois que Congresso regulamentou a profissão de historiador o diplomata pernambucano Evaldo Cabral de Melo, autor de vários livros sobre a ocupação holandesa em nosso país, corre o risco de ser processado por “exercício ilegal da profissão”.

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