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quinta-feira, 11 de setembro de 2014

CULTURA - Cavaleiros voltam elétricos

Personagens mitológicos do mangá reaparecem 20 anos depois da estreia no Brasil em aventura cinematográfica renovada.


Renato Mota
Distribuidora convocou todos os dubladores originais para reviverem os Cavaleiros do Zodíaco, que ganharam novo design de armaduras e um ritmo mais frenético

Vinte anos depois de estrear na TV brasileira, os Cavaleiros do Zodíaco estão de volta, dessa vez numa aventura cinematográfica totalmente renovada. Dirigido por Keiichi Sato, o longa A lenda do santuário faz uma releitura tanto dos universo do anime e do mangá, quanto de um do arco mais famoso da saga.

Se você é fã do desenho que passou na TV Manchete nos anos 1990, se prepare para encontrar versões totalmente novas de Seiya, Shun, Shiryu, Hyoga e Ikki. Tudo, desde a origem dos cavaleiros até seu visual foi modificado e renovado. Ao mesmo tempo, a distribuidora brasileira Diamond Films deu um presente para os fãs antigos e convocou todos os dubladores originais do anime para reviverem os personagens.

No enredo, Saori Kido é a reencarnação da deusa Atena, e foi salva da morte pelo cavaleiro de Sagitário, Aioros. No resgate, entretanto, o cavaleiro é morto, e a bebê acaba aos cuidados do bilionário japonês Mitsumasa Kido. O empresário então, secretamente, reúne garotos órfãos que possuem o potencial de elevar seus cosmos (energia interna de cada um, tipo a Força em Star Wars) e defender a deusa, para que ela possa reclamar o que lhe é de direito.

Para quem já é familiarizado com a mitologia dos Cavaleiros do Zodíaco, é muito fácil entender o que está acontecendo e a motivação dos personagens. Mas para os novatos na saga, o filme pode parecer uma sucessão de lutas épicas, mas sem nenhum espaço para desenvolvimento da história ou dos personagens. Por isso, A lenda do santuário acaba se tornando muito mais um produto direcionado para quem já é fã da série, e nem tanto para captar novos seguidores.

Ainda assim, o longa possui alguns elementos que podem desagradar os admiradores mais xiitas e favorecer o público jovem. Para começar, a animação não é em desenho tradicional 2D, e sim gerada por computador (como os videogames). Os protagonistas estão mais descolados, embora mantenham os traços das suas personalidades. O design das armaduras é totalmente novo, e quando vestidas lembram mais um super sentai (como Power Rangers) do que o visual do anime antigo.

A batalha nas doze casas contra os cavaleiros de ouro (um de cada signo), ponto alto da história, também é feita de forma bem apressada. O que levou dezenas de episódios na TV deve agora durar pouco mais de uma hora. Então não se assuste se os heróis pularem uma casa ou outra, já que o senso de urgência está no máximo. É nessa parte também que as diferenças entre versões são mais profundas, como o fato de Máscara da Morte, de Câncer, ter se tornado um bufão (quase uma cópia do Jack Sparrow de Johnny Depp) e Miro, de Escorpião ser uma mulher – essa mudança sendo muito bem-vinda.

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