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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Coluna da segunda-feira


PT no mato sem cachorro

Chegam informações de Brasília, através da coluna do sempre bem informado Ilimar Franco, de O Globo, que o PT pernambucano não se sentirá contemplado em termos de Nordeste com a ida do governador baiano Jacques Vagner, em reta final de mandato, para o primeiro escalão de Dilma.

E que brigará pelo seu quinhão. Com razão! Afinal, a política se traduz essencialmente na permanente luta pela conquista do poder. O problema, entretanto, é que o partido saiu aniquilado das urnas. Perdeu a eleição para governador, aliado com Armando, e não emplacou João Paulo senador.

No rastro do insucesso na eleição majoritária veio o pior: não elegeu um único deputado federal, cenário que cria, naturalmente, dificuldades para cantar de galo no terreiro de Dilma, exigindo cargos. O PT estadual está no seu papel de berrar. Quem não chora, não mama, já diz o ditado popular.

Mas o grande entrave do PT em Pernambuco passa pela qualificação dos seus quadros. Humberto Costa já foi ministro e não se saiu bem. O deputado Pedro Eugênio, antes de eleito, passou por uma diretoria do Banco do Nordeste, e não teria cacife para emplacar um Ministério.

Fernando Ferro é do setor elétrico, mas não tem perfil de ministro. Quem restaria? Fala-se em Mozart Sales, ex-coordenador nacional do programa Mais Médicos. Candidato a deputado federal, Sales teve uma expressiva votação: 73.967 votos. Atirou na trave, mas não fez o gol.

No Ministério da Saúde, porém, desempenhou muito bem o seu papel e ganhou a confiança da presidente Dilma. Mozart não é da corrente de Humberto nem da de João Paulo. Suas ligações com o PT passam longe de Pernambuco, têm raízes com o ex-ministro Alexandre Padilha (Saúde).

Que, por sinal, está enfraquecido por ter pedido a eleição para governador de São Paulo. Uma eventual ascensão de Mozart ao Ministério de Dilma criaria mais cisão no PT pernambucano, porque não agradaria a corrente majoritária de Humberto, por um lado, nem a João Paulo, por outro.

ANÚNCIO – O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, ligou, ontem, para o senador Armando Monteiro Neto (PTB) para confirmar que seu nome será oficializado, hoje, para a pasta de Desenvolvimento Econômico. Já Kátia Abreu, também confirmada para o Ministério da Agricultura, só deve ter seu nome anunciado na próxima quinta-feira. Ao fatiar o anuncio da equipe, Dilma vai criando, na prática, uma agenda positiva.


A grande família – Nem Fernando Filho, reeleito deputado federal, nem Miguel Coelho, eleito deputado estadual. Para prefeito de Petrolina nas eleições de 2016, o senador eleito Fernando Bezerra Coelho já está preparando a candidatura de outro herdeiro: Pedro Coelho. É o que corre nos bastidores da política na terra do maior grupo político do Sertão.

Entre três pastas– O que se diz em Brasília é que o ex-governador da Bahia, Jacques Wagner, é nome certo na equipe de Dilma. Tanto pode ir para o Ministério das Cidades quanto o de Comunicações ou até Saúde. Para ficar em forma, Wagner relaxa com a mulher, por uma semana, no Kurotel, tradicional centro médico e spa de Gramado (RS).

Sertanejo revolucionário– Do prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), ao lamentar a morte do empresário sertanejo e militante histórico do antigo MDB Antônio Godoy: “Homem combativo, de consciência política apurada. Foi com ele que aprendi, ainda em plena ditadura, a combater o bom combate. Era, verdadeiramente, um revolucionário firme e convicto”.


PSDB sem liderança– Morto em março deste ano, aos 66 anos, o ex-deputado Sérgio Guerra faz muita falta ao PSDB. Foi sob o seu comando que o partido teve a maior representatividade na Assembleia (seis deputados) e o maior número de prefeitos eleitos (26). Mais do que isso, Guerra era uma liderança nacional respeitada. Hoje, o partido é um barco à deriva nas mãos de Bruno Araújo (foto).

CURTAS

SUPLENTES– O governador eleito Paulo Câmara agiliza a escolha do secretariado ao longo desta semana. Já estaria certa a convocação de pelo menos três federais, para abrir vagas aos suplentes Augusto Coutinho (DEM), Fernando Monteiro (PP) e Cadoca (PCdoB), nesta ordem.

VAI DE UCHOA– Quanto aos deputados estaduais, Câmara quer resolver, primeiro, a pendenga da eleição da mesa diretora da Assembleia. Está inclinado a apoiar o quinto mandato de Guilherme Uchôa na presidência se a Casa aprovar nova mudança na Constituição.

Perguntar não ofende: Quantos secretários Geraldo Júlio vai mudar em consequência da equipe de Paulo Câmara?

'A mulher graciosa guarda a honra como os violentos guardam as riquezas'. (Provérbios 11-16)

Escrito por Magno Martins, às 06h00

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