.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

A NOVELA DE PETROLINA

Prefeito cassado
Cassação vapt-vupt

Processos de cassações no Brasil geralmente são longos e extenuantes. De tão enfadonhos, devido à morosidade da justiça, chegam a ser esquecidos. Não é o caso do que está acontecendo em Petrolina, maior colégio eleitoral do Estado.

Ali, a degola do prefeito Júlio Lóssio (PMDB) anda na velocidade de um supersônico. Terça-feira passada, numa decisão monocrática, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, José Fernandes de Lemos, mandou o prefeito se afastar imediatamente do cargo.

Lóssio foi cassado por abuso do poder econômico nas eleições passadas, já recorreu três vezes sem sucesso. Por isso mesmo, o presidente do TRE achou por bem, numa decisão solitária, que cabe dentro do processo, determinar a sua cassação na prática, já que os recursos vinham procrastinando o seu afastamento.

Foi o próprio Lemos, aliás, que, lá atrás, no primeiro julgamento, deu o voto de minerva pela cassação. Na votação em plenário, o resultado foi de 4 x 4. Acionado, como determina o regimento, o presidente cravou o voto decisivo pela cassação.

Lóssio recorreu, ontem, mais uma vez ao TRE. Como perdeu todos os recursos, sua única chance, na verdade, está em Brasília, no Tribunal Superior Eleitoral, etapa final dessa novela mexicana.

Maior beneficiário da contenda, o deputado Fernando Bezerra Filho (PSB), segundo candidato mais votado na eleição de 2012, tem o direito de assumir e governar o município por mais três anos.

Só que está, também, enfrentando um grande impasse: se assumir de imediato, sem que o TSE se pronuncie, corre o risco de perder o mandato de deputado, caso Lóssio reverta.

A justiça muitas vezes arma arapucas e Fernando, evidentemente, deve estar muito bem assessorado para não cair nessa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário