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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Exportações do Estado têm queda histórica



Entre janeiro e outubro deste ano, vendas para o exterior tiveram uma retração de 41% em comparação ao mesmo período do ano passado.

As exportações pernambucanas despencaram 41% este ano. Um baque histórico para os últimos 13 anos. Entre janeiro e outubro, empresas do Estado venderam US$ 464 milhões a menos para o exterior. É fato que, no mesmo período de 2012, pela primeira vez foi comercializada uma plataforma de petróleo para o mercado internacional, a P-55, produzida pelo Estaleiro Atlântico Sul (EAS) e adquirida pela Holanda. Sozinha, respondeu por US$ 469 milhões. Isso explica boa parte da queda. Porém, produtos tradicionais da pauta pernambucana de exportações como açúcar, uvas, mangas, borracha, lagostas, cerâmicas e alumínio também registraram curva descendente.

O que ocorre em 2013 é uma conjunção de fatores isolados, mas que apontam para mudanças na estratégia comercial de diversos segmentos exportadores. Estruturalmente, apesar do solavanco no meio do ano, o que mais afetou as vendas internacionais foi o câmbio. Em janeiro, o dólar chegou a R$ 1,99. Como os contratos são fechados com antecedência de meses, o ano se desenhava desinteressante.

Especificamente, o setor sucroalcooleiro foi duramente atingido pela seca e exportou cerca de 220 mil toneladas a menos. Uma das consequências da produção 25% menor. Porém, enquanto a queda foi mais intensa para o açúcar do tipo VHP, de aproximadamente 34%, vendido a granel por US$ 395 a tonelada, as vendas por contêineres do açúcar tipo refinado, de maior valor agregado (US$ 469/tonelada), sofreram menos: redução de 18%. A operação amplia a margem de lucro em mais US$ 10 por tonelada. E permite a inserção em novos mercados, como Argélia, Nigéria e Venezuela.

“O açúcar refinado já representa 37% de todos os embarques de contêineres que saem de Suape. No ano chega a 135 mil toneladas de açúcar refinado, que é um número significativo. Já são 17% das exportações de açúcar”, ponderou o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco, Renato Cunha.
Os produtores de uva (-8,80%), desde o crash de 2008, intensificaram o trabalho comercial junto ao consumidor interno, especialmente da uva sem semente. Mas o problema crucial no Estado é que a fruticultura enfrenta dificuldades logísticas para exportar por Pernambuco, com Suape “congestionado”, optando assim por portos cearenses (Pecém e Fortaleza) e baianos (Salvador).

No caso das mangas (-7,36%), comenta o presidente da Associação dos Produtores e Exportadores de Hortifrutigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco (Valexport), José Gualberto, se trata de uma oscilação comum. Em 2013, a concorrência com frutas equatorianas e mexicanas incomodaram as vendas pernambucanas.
As baterias de veículos produzidas pelo grupo Moura, que até setembro registravam queda de 7,45% nas exportações, passaram a atender o seu principal mercado, o argentino, através de uma fábrica instalada naquele país. “Já esperávamos essa queda. Os próximos dois anos serão marcados por esse processo de transição”, explica a diretora-executiva da Bateria Moura Argentina, Elisa Correia.

Jornal do Commercio

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