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sexta-feira, 27 de maio de 2016



Diferentemente do que ocorre com a maioria dos brasileiros, condenados ao fim do mês perpétuo, Eduardo Cunha não sabe o que é dificuldade financeira. Usufrui do bolso do contribuinte como se fosse uma fonte de dinheiro gratuito. Mesmo afastado pelo STF do exercício do mandato e da presidência da Câmara, Cunha custa ao Tesouro Nacional R$ 541 mil por mês.

Em decisão unânime, os 11 ministros do Supremo suspenderam Eduardo Cunha de suas atividades há 21 dias por considerar que, “além de representar risco para as investigações penais” que o envolvem, ele se tornou “um pejorativo que conspira contra a própria dignidade da Câmara”. A despeito disso, o personagem conserva todas as regalias que o dinheiro público costuma pagar a um chefe de Poder.

O PSOL realizou um levantamento sobre o custo da manutenção de Cunha. Noves fora o salário mensal (R$ 33,7 mil), Cunha tem à sua disposição os bons préstimos de 64 servidores —23 pessoas no gabinete de deputado (R$ 92 mil por mês) e outras 41 na residência oficial da Câmara (R$ 371,1 mil mensais). Cunha também dispõe de dois carros oficiais (R$ 9,4 mil de aluguel); geladeira e despensa cheias (R$ 29,6 mil); água, luz e telefone (R$ 5 mil).

Se Eduardo Cunha fosse um presidente convencional, os gastos da Câmara seriam apenas absurdos. Considerando-se que o deputado está afastado de suas funções, as despesas são inaceitáveis. Deve doer na alma dos brasileiros em dia com suas obrigações tributárias a ideia de que o dinheiro amealhado com o suor do rosto é usado para manter em torno de Cunha uma legião de funcionários digna de uma empresa de médio porte.

Só na residência oficial ocupada por Cunha há uma administradora (salário mensal de R$ 28,2 mil); duas arrumadeiras, dois auxiliares de cozinha, três cozinheiros, um chefe de cozinha e quatro garçons (R$ 35,9 mil); oito vigilantes terceirizados (R$ 60,3 mil); 16 agentes da Polícia Legislativa (R$ 217,2 mil); e quatro motoristas (R$ 29,3 mil). Um acinte.

Embora Cunha esteja suspenso por tempo indeterminado, ele preserva também o foro privilegiado que o mantém fora do alcance da caneta de Sérgio Moro, o juiz da Lava Jato. O deputado já foi convertido em réu pelo Supremo numa ação penal em que é acusado de embolsar US$ 5 milhões em propinas provenientes da Petrobras.

Numa segunda denúncia já protocolada pela Procuradoria-Geral da República junto ao STF, Cunha é acusado de manter verbas roubadas em contas secretas na Suíça. O deputado responde a três inquéritos que ainda não viraram denúncia. De resto, há mais três pedidos de abertura de investigação pendentes de deliberação no Supremo.O PSOL anexou o levantamento sobre o custo das mordomias de Cunha numa ação em que pede ao STF a suspensão do descalabro. Pedido semelhante já havia sido protocolado no tribunal pelo deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA). A diferença é que Aleluia pede também em sua ação que o Supremo declare vago o cargo de presidente da Câmara, autorizando os deputados a elegerem um novo comandante para a Casa. Noutra frente, o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) ajuizou uma ação popular na Justiça Federal de Brasília para sustar o ato da Mesa diretora da Câmara que manteve as benesses de Cunha. (veja abaixo o quadro divulgado pelo PSOL com as despesas de Cunha)


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