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| Ministros do governo Temer marcaram presença no São João da Macambira, em Caruaru (Foto: Bruno Campos/Folha de Pernambuco) |
Durante os oito anos da gestão no Estado, o então governador Eduardo Campos conseguiu a convivência respeitosa, sob o mesmo sombreiro e em determinados momentos, de siglas como DEM e PP e PCdoB e PT. Um equilibrista no circo de letras na fauna política do Estado.
Involuntariamente, o movimento do governador Paulo Câmara de expurgar alguns empecilhos ao projeto do PSB no Recife, como a retirada do Governo do DEM e PSDB, provocou, guardadas as proporções e o momento político, efeitos similares na noite desta sexta-feira (17).
O São João da Macambira, promovido pelo ex-governador João Lyra, pai da pré-candidata do PSDB à Prefeitura de Caruaru, Raquel Lyra, uniu os desunidos no plano nacional. Mostrou a fatura de uma coligação ampla em excesso e o quanto o pote cheio de mágoas na política está (pronto) a transbordar. Mostrou, enfim, uma oposição unida no plano estadual.
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| Pré-candidatas no Recife, Priscila Krause, em Caruaru, Raquel Lyra, e em Olinda, Isabel Urquisa, durante o evento (Foto: Bruno Campos/Folha de Pernambuco) |
“Tem muito golpista nesta festa”, disparou um aliado da presidente Dilma Rousseff, ao constatar que três ministros do governo interino de Michel Temer, todos os tucanos de alta plumagem e os poucos representantes democratas do Estado marcavam presença.
Diferentemente do ano passado, quando o governador Paulo Câmara e toda o seu entourage estavam presentes, poucos socialistas marcaram presença no evento. Apenas um dos vice-presidentes da sigla, Luciano Vasquez, muito ligado a João Lyra, o primeiro secretário da Alepe, Diogo Moraes, companheiro de Parlamento de Raquel; e Antônio Campos, que tem faixa própria no PSB. Fora isso, mais ninguém. A massa socialista marcava ponto a 135 quilômetros dali, no Forró dos Namorados do prefeito Geraldo Julio.
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| Titular da pasta de Cultura, Marcelo Calero marcou presença no evento (Foto: Bruno Campos/Folha de Pernambuco) |
Na Macambira, que reuniu um público bem maior do que o ano anterior, estavam os ministros Mendonça Filho (Educação), Bruno Araújo (Cidades), que passaram um bom tempo conversando no estacionamento, e o titular de Cultura, Marcelo Calero, que foi devidamente apresentado por assessores de Mendonça às comidas de milho. Conheceu, mas não provou nada da mesa repleta de gordices juninas.
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| Ministros, Bruno Araújo e Mendonça Filho conversaram reservadamente (Foto: Bruno Campos/Folha de Pernambuco) |
Além deles, o ex-ministro Armando Monteiro Neto, que chegou com toda a cúpula dilmista do PTB, PTdoB (Silvio Costa) e PRB (Silvio Costa Filho).
Todos juntos. Todos tramando, no melhor sentido da palavra, as perspectivas para a disputa de outubro. Não desdenharam da ausência do governador Paulo Câmara. Apenas não comentaram.
Preferiram os cálculos matemáticos sobre quem é mais forte no Recife, qual a dupla que irá para o inédito segundo turno em Caruaru (Tony Gel e Raquel Lyra estavam disparados na bolsa de apostas) e quantos prefeitos cada um dos partidos fará. Simples assim, como se vivessem num Estado paralelo, o da oposição em Pernambuco, sem o jugo do PSB.
Por Márcio Didier
Editor do Blog da Folha




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