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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Em Jataúba, prefeito já pode enfrentar um pedido de intervenção

Com salários atrasados desde novembro, professores reagem à proposta de redução salarial e ameaçam acionar a Justiça

Publicado em 16/01/2013, às 07h00

Gilvan Oliveira

Antônio Cordeiro do Nascimento
Com 15 dias de mandato, o prefeito de Jataúba (Agreste pernambucano), Antônio Cordeiro do Nascimento (PMDB), já pode enfrentar um pedido de intervenção. Representantes do Sindicato dos Professores municipais prometem apresentar o pleito à Promotoria de Justiça da cidade na próxima segunda-feira (21), com base no atraso de dois meses no pagamento do salário dos docentes.

Segundo os sindicalistas, a inadimplência referente a novembro e dezembro ocorre mesmo com recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) em caixa.

“O prefeito propôs que aprovássemos em assembleia a redução dos salários da categoria e já avisou que vai atrasar os salários de janeiro”, informou ao JC, nesta terça-feira (15), a presidente do sindicato, Maria de Fátima. Ela disse que os 119 professores efetivos da rede municipal recebem seus salários desde agosto por força de uma liminar judicial.


“Entramos com essa medida porque o antecessor (Carlos Lucinaldo da Silva, aliado do atual prefeito) começou a atrasar os pagamentos. Somos a única categoria municipal com salários atrasados”, explicou. Além da Promotoria de Justiça de Jataúba, o sindicato já informou os atrasos à Procuradoria-Geral de Justiça e ao Ministério Público Federal (MPF).

O prefeito Antônio Cordeiro, que administra o município pela quarta vez, informou que a prefeitura padece com poucos recursos e disse que não teme enfrentar um eventual pedido de intervenção no início da gestão. Ele queixou-se do Plano de Cargos e Salários do magistério aprovado na gestão passada e indicou que município e professores devem procurar um consenso, sem admitir que este entendimento passe por redução salarial.

“Se a Justiça decretar uma intervenção, eu estou tranquilo: não criei essa situação”, advertiu. “Vivemos uma crise na qualidade da educação do município, tanto é que tem muita gente daqui recorrendo a colégios de cidades vizinhas”, completou.

Prefeito e professores têm uma reunião amanhã para tratarem do pagamento das remunerações atrasadas, mas os sindicalistas admitem que será difícil celebrar um acordo.

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