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quinta-feira, 14 de março de 2013

Henrique e Renan deram a volta por cima

Provavelmente nos últimos 20 anos nenhuma eleição para as presidências da Câmara e do Senado foi tão questionada quanto a de Henrique Alves e Renan Calheiros, o primeiro do PMDB do Rio Grande do Norte e, o segundo, do PMDB de Alagoas. Não pelo fato de serem nordestinos e sim pelas suas biografias. Henrique foi acusado pela ex-mulher de ter milhões de dólares em paraísos fiscais e Renan de pagar pensão a uma ex-amante com recursos de uma empreiteira.

No entanto, como ambos são “cobras criadas”, resolveram dar a volta por cima criando uma agenda positiva para o Congresso Nacional. Tiraram de pauta assuntos periféricos, que só interessam à mídia fofoqueira, e puseram na ordem do dia temas de interesse do país como o chamado “pacto federativo”. Fizeram isto chamando para uma reunião, em Brasília, ontem, todos os 27 governadores para que eles lhes dissessem quais projetos gostariam que fossem aprovados.

Isso gerou mídia positiva para as duas casas do Congresso. E já na véspera o governador Eduardo Campos articulou com mais 15 colegas a agenda do dia seguinte. Cinco governadores foram escalados para falar em nome dos demais, cabendo ao de Pernambuco fazer um só pedido aos presidentes da Câmara e do Senado: só pôr em votação a partir de agora projetos que criem despesas para os estados se a União bancar os custos. Se forem atendidos, a reunião terá valido a pena.

Bolsa 1 – O deputado Roberto Freire (PPS-SP) compara a “bolsa família” dos governos de Lula e Dilma à aposentadoria do Funrural criada pelos militares: ambas têm caráter “assistencialista”, disse ele, porque não mudam a natureza estrutural da pobreza existente no Norte/Nordeste.

Bolsa 2 – Já o deputado Pedro Eugênio (PT) tem outra visão dos programas de transferência de renda criados pelo seu partido. Não fossem eles, garante, teríamos saques todos os dias a supermercados e feiras livres de cidades nordestinas em razão da seca que castiga a região.

Dois pesos – Em resposta à nota da coluna sobre o fato de guardas da CTTU terem multado veículos à 1 hora da manhã na Rua Isaac Salazar, na Tamarineira, a direção informa que isso se deu a pedido dos próprios moradores. Mas por que não vão lá à 1 da tarde quando a via se torna quase intransitável em razão do excesso de carros apanhando alunos no Colégio Exponente?

A disputa – O vereador Severino Farias Filho (PSB-Surubim) deverá ser reconduzido à presidência da UVP (União dos Vereadores de Pernambuco) no congresso que haverá em Triunfo no próximo dia 22, mas não será por aclamação. A oposição formou uma chapa que tem como candidato a presidente o vereador Flávio Jucá, filiado ao PSB de São José do Egito.

Tô fora! – João Paulo (PT) não admite, sequer por hipótese, ser o candidato do PT ao governo estadual em 2014 contra o candidato de Eduardo Campos. Caso o governador não marche com Dilma, ele defende que o PT apoie a candidatura do senador Armando Monteiro (PTB).

Quem é? – Um dos sintomas de que Eduardo Campos não está brincando de ser candidato a presidente da República é o grande número de embaixadores querendo marcar audiência com ele. Por certo é para conhecer o pensamento do governador sobre política internacional.

A intuição – É difícil saber se Miguel Arraes teria ido ou não à Venezuela a fim de assistir aos funerais do ex-presidente Hugo Chávez. Mas quando o coronel foi deposto do governo por um golpe militar, em 2002, o ex-governador segredou nos ouvidos do então vereador João Arraes (PSB): “Ele voltará nos braços do povo e ainda mais forte do que se encontra agora”.

O ativo – Já foi maior o prestígio de Serra no PSDB pernambucano. Quando era governador de SP ele foi o candidato de todos a presidente da República. Hoje, não tem mais diálogo com o presidente Sérgio Guerra e na visão de Bruno Araújo, ex-líder na Câmara Federal, é apenas um “ativo” do partido.

Sem eco – Deputados de praticamente todos os partidos já fizeram discurso na Assembleia Legislativa sobre a seca que aflige o Estado, mas eles não têm repercussão. É só para dar satisfação às bases. O máximo que podem fazer é pedir providências à União, mas ainda assim não são ouvidos.

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