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terça-feira, 24 de dezembro de 2013

EU NÃO GOSTO DE VOCÊ PAPAI NOEL (ALDEMAR PAIVA*)R

 POEMA DE NATAL

Eu não gosto de você Papai Noel! Também não gosto desse seu papel de vender ilusão pra burguesia. Se os meninos pobres da cidade soubessem o desprezo que você tem pelos humildes; pela humildade, eu acho que eles jogavam pedras em sua fantasia.

Faz muito, talvez você não se recorde mais, eu cresci me tornei rapaz, sem nunca esquecer daquilo que passou... Eu lhe escrevi um bilhete pedindo o meu presente... a noite inteira eu esperei contente... Chegou o sol, mas você Papai noel, não chegou. Dias depois meu pobre pai cansado me trouxe um trenzinho velho, enferrujado, pôs na minha mão e falou:Tome filho, é pra você. 

Foi Papai Noel que mandou! E vi quando ele disfarçou umas lágrimas com a mão. Eu inocente e alegre nesse caso, pensei que meu bilhete, embora com atraso, tinha chegado em suas mãos no fim do mês. Limpei-o carinho, dei corda, o trenzinho partiu, deu muitas voltas... O meu pai então sorriu e me abraçou pela ultima vez. O resto eu só pude compreender depois que cresci e vi as coisas com a realidade.

Um dia meu pai chegou assim pra mim como quem tá com medo e falou: -Filho, me dá aqui seu brinquedo, eu vou trocar por outro na cidade. Então eu entreguei o meu trenzinho quase a soluçar, como quem não quer abandonar, um mimo que lhe deu quem lhe quer bem.

 Eu supliquei... Pai! Eu não quero outro brinquedo, eu quero meu trenzinho... Não vai leva meu trem, pai...! Meu pai calou-se e de seu rosto desceu uma lágrima que até hoje creio tão pura e santa assim só Deus chorou, ele saiu correndo, bateu a porta assim, como um doido varrido. A minha mãe gritou: -José! José! José... Ele nem deu ouvido, foi-se embora e nunca mais voltou...

Você! Papai Noel, me transformou num homem que a infância arruinou...Sem pai e sem brinquedo, afinal, dos meus presentes não há um que sobre da riqueza de um menino pobre, que sonha o ano inteiro com a noite de Natal! Meu pobre pai, mal vestido, pra não me ver naquele dia desiludido, pagou bem caro a minha ilusão... Num gesto nobre, humano e decisivo, ele foi longe demais pra me trazer aquele lenitivo; tinha roubado aquele trenzinho do filho do patrão! Quando ele sumiu, eu pensei que ele tinha viajado, só depois de eu grande minha mãe em prantos me contou... que ele foi preso, coitado! E transformado em réu. Ninguém pra absolver meu pai se atrevia. Ele foi definhando na cadeia até que um dia, Nosso Senhor... Deus nosso Pai...Jesus, entrou em sua cela e o libertou  para o céu.

28 comentários:

  1. Parabéns pelo poema, muitos estão trocando o verdadeiro significado do natal que é o nascimento de jesus por um tal de papai noel que nunca existiu........

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    1. O Natal não é nada! Não é nascimento do Senhor Jesus! Jesus Cristo não nasceu dia 25 de dezembro, esta é mais uma mentira que a "igreja", mancomunada com a burguesia nos conta para entrar livremente nos nossos bolsos e retirar dali o fruto do nosso suor, bênção preparada por Deus!

      A "igreja" deixa que nos enganem e nós amamos sermos enganados para manter a ilusão de fazer algo bom quando se comemora o nascimento do Filho de Deus! Mas Deus não quer isso, Ele quer que pratiquemos boas ações o tempo todo e deixemos o pecado e utilizemos nossas faculdades para não enganar e nem sermos enganados pela ilusão do nascimento. Cristo, Filho de Deus disse: "Comemorai a minha morte, por que é ela que dá vida." O natal é um engodo para os sóbrios, mas para quem quer viver na ilusão é um doce veneno.

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    2. Eu chorei quando Lúcio Mauro recitou esse poema na Escolinha do Professor Raimundo.

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  4. Minhas lágrimas expressão a emoção que sinto ao recordar meu passado. Obrigado poeta!

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  5. O poema é lindo e verdadeiro. Muitos são os pais que fazem sacrifícios inusitados pra encher um comércio louco, que só quer lucrar, claro objetivo central. Mas as crianças devem ter entendimento que o melhor de tudo é está em paz com a vida

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  6. Entendo estes escritos como abstratos sentimentos , frustrações de uma criança que depositou o sonho no ilusório. Além de condenar o "personagem barbudo" quisera Deus que assim também fosse com todos que o promovem.
    Marcos Gonçalves Guerra.
    ( Poeta Anônimo )

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  7. https://www.youtube.com/watch?v=Astd1rquoyM

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  8. Engraçado... um mito ele conseguiu desconstruir, o outro porém, continuou a adorar...

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  9. Paulo Veiga, Jesus não é mito e sim verdade. Não há como negar o Cristo histórico e sua obra fenomenal. Se não acredita no Cristo messias, só por extrema ignorância pode negar o Cristo histórico. Somente o exemplo de vida desse e seus
    ensinamentos já são suficientes para grande respeito e admiração.

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  10. Excelente texto ! Seria interessante se o Homem não tivesse inventado esse consumismo exacerbado e transformado ou tentado transformar, para os que não crêem, uma data tão importante e grandiosa que é o Natal.

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  11. Excelente texto ! Seria interessante se o Homem não tivesse inventado esse consumismo exacerbado e transformado ou tentado transformar, para os que não crêem, uma data tão importante e grandiosa que é o Natal.

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  12. Excelente texto ! Seria interessante se o Homem não tivesse inventado esse consumismo exacerbado: Papai Noel...etc e transformado ou tentado transformar, para os que não crêem, uma data tão importante e grandiosa que é o Natal em periodo de consumo capitalista e hipocrisia.O Natal é de fato um dia mágico e especial que para mim simboliza não só o nascimento, mas também um renascimento, esperança de um mundo melhor.

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  13. Rxcelente poema, retrata a realidade.

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  14. Eu não sabia q existia esse poema ate alguns instantes,depois de assistir a escolinha do professor Raimundo um episodio de amigo secreto.
    Sensacional achei lindo fora que é realidade total.

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  15. Poema lindo. Vale a pena ler até o fim

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  16. Um poema muito pertinente. O que estão fazendo do Natal? A celebração do nascimento de Jesus está sendo substituída pelo consumismo.

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  17. Esse poema e lindo, maravilhoso, muito rico em informações. Sugiro ao Geraldo S. Cross que coloque o Poema na íntegra, respeitando as Seistilhas e suas rimas, vai ficar ainda mais bonito e homenageara o nosso brilhante Aldemar Paiva.

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  18. SINPLESTEMENTE,ME DÁ VONTADE DE CHORAR,SUCINTO SEREI!QUE COISA LINDA,QUE PURO!

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  19. Fiquei triste, bem triste com essa realidade dura e cruel!
    Somos enganados o tempo todo, desde criancinha!

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  20. Hoje encontro em poema um dos motivos de eu não gostar do natal. o outro motivo se encontra na falsidade Religiosa que leva a humanidade para alama sem não antes extorqui-la e humilha-la. poema lindo amei.

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  21. Meu querido poeta, quero te dizer, que a minha vida inteira levei a culpa pela mentira dos pais. Pais que não tinham a coragem de sentar com seus filhos ao colo, e explicar pra eles, que eu sou na realidade, mais fantasia deles, pais, do que de seus filhos. Sabe por que? Porque já fui filho e fui criança, e sei por experiência própria, que todo filho, dá mais valor a uma hora de futebol com bola de meia junto do seu pai, dá mais valor a um telefone de lata e barbante, se for seu pai que estiver do outro lado do fio,dá mais valor a um carrinho feito de madeira velha e empurrado pelo pai, do que um brinquedo caro. Mas os pais meu amiguinho, não têm paciência, não têm tempo, ou simplesmente não têm coragem de conversarem com seus filhos e lhes mostrar a verdade, ensinar a eles, que o melhor presente que um filho pode ter, é a presença constante e o carinho de seus ´pais, e que o maior valor que podemos passar pra eles, é a verdade. Na verdade, não cabem historinhas de papai Noel ou coelhinho da páscoa, que isso, na verdade foi inventado por pais ricos, que gastam seu tempo ganhando um dinheiro que não conseguem gastar, e compensam seus filhos com presentes caros e quinquilharias, que perdem seu valor logo no dia seguinte ao natal. Mas o amor, esse fica, fica e dá frutos e passa de geração em geração. Espero ter lhe explicado e que a sua raiva de mim diminua. Assinado Papai Noel

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  22. O Natal não existe, muitos estudioso dizem que Jesus nasceu em Outubro. O Natal é uma data pagã européia de orgia e esbórnia em homenagem a permanência do Sol no céu mesmo durante o inverno duro europeu. Era originalmente chamado Sol Invictus pelos latinos e Juletid para os nórdicos. A igreja não teve a coragem de mudar a data desta comemoração e apenas mudou o nome e a forma de ser comemorada.

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