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terça-feira, 3 de novembro de 2015

Mãe é principal suspeita no caso de criança achada morta em brinquedo



Laudo do IML aponta pancada na cabeça como causa da morte, não asfixia."Eu não sou um monstro", se defendeu Patricia da Silva.

brinquedo, é suspeita (Foto: Reprodução/TV Globo)

O delegado titular de Sirinhaém, Carlos Alberto Veloso, afirmou na tarde desta terça-feira (3) que a principal suspeita no caso menino de 3 anos achado morto dentro de um pula-pula inflável é a mãe dele, a dona de casa Patrícia da Silva.

A mãe da criança se defendeu e afirmou não ter responsabilidade pela morte, mas reconheceu que deixou o menino sozinho.

"Eu o levei para o pula-pula e fui caçar latinha. Eu não sou o que o povo pensa. Ele estava comigo na rua, no pula-pula. Depois eu fui olhar ele, não vi mais. Fui lá na casa da mulher [a dona do brinquedo inflável], chamei, chamei e ela disse que não tinha visto o menino. Não fui eu quem fez isso. Eu quero Justiça. Eu não sou um monstro", disse a mãe, na saída da Delegacia de Sirinhaém, no Litoral Sul de Pernambuco.

O laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) aponta que a causa da morte de Paulo Henrique Ferreira foi uma pancada na cabeça, não asfixia como a família afirmou inicialmente. "Pelas principais contradições que temos aqui, a mãe é a principal suspeita e vai continuar sendo até que se prove o contrário", explicou o delegado. Ele disse não acreditar que o garoto tenha morrido dentro do brinquedo.

Para Veloso, a mãe deixou o filho sozinho enquanto bebia e a família está tentando encobertar o que poderia ter ocorrido. "As contradições são muitas. A mãe nega que estivesse bebendo, disse que estava catando latinha. Na verdade, ela estava bebendo, estava em um bar e por duas vezes outra criança, de dez anos de idade, o levou até ela", detalhou.

A dona do brinquedo inflável, Maria Nazaré Bezerra, de 50 anos, e parentes da criança foram ouvidos pela manhã. Nos interrogatórios foi possível descobrir que o pula-pula era pequeno, um quadrado inflável de 4 x 4 metros que é desinflado no final do dia e coberto por uma lona grossa. “Ninguém vai sofrer um traumatismo craniano dentro de um brinquedo de plástico, de borracha”, pondera Carlos Veloso.


Pela manhã, o delegado tinha lamentado o fato de o brinquedo ter sido queimado durante um protesto da população, depois que o corpo foi encontrado. Segundo ele, com a destruição do brinquedo foram eliminadas possíveis impressões digitais ou evidências que ajudariam no esclarecimento dos fatos.O delegado quer agora entender como a criança morreu de fato. "Que causas levaram a matar uma criança? Mesmo que fosse na rua, ninguém ia aceitar que em alguém batendo numa criança assim. Isso deve ter ocorrido dentro de casa", afirmou.

Entenda o caso
Paulo Henrique Ferreira, de 3 anos, foi encontrado morto no último domingo (1º) dentro de um pula-pula inflável montado em uma praça de Barra de Sirinhaém, na Zona da Mata Sul de Pernambuco. A família contou que, no sábado (31), o menino pediu dinheiro ao avô para brincar no pula-pula e desapareceu. Os parentes passaram a noite fazendo buscas. A família chegou a contratar um carro de som, que rodou o município com a foto dele, pedindo ajuda à população. O corpo do menino só foi encontrado por uma prima por volta das 9h do domingo.
Moradores da área, revoltados, queimaram opula-pula depois que o corpo foi achado (Foto: G1)

Revoltada, a população ateou fogo ao brinquedo depois da retirada do corpo. A comerciante que alugava o pula-pula e outros brinquedos, Maria Nazaré Bezerra, de 50 anos, sentiu-se ameaçada após o incidente e saiu da cidade. Ela prestou depoimento no dia do incidente e foi liberada pela polícia.

“Era tudo pra mim aquele meu neto. Tudo que eu tinha na minha vida eu perdi”, afirmou o pescador José dos Santos Ferreira, avô da criança. Veja nos vídeos abaixo o que disseram outros parentes do menino.

O corpo de Paulo Henrique foi enterrado na tarde de segunda (2), no Cemitério de Barra de Sirinhaém. O Instituto de Criminalística (IC) informou que a perícia já foi feita e o resultado deve sair em dez dias.

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