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quarta-feira, 5 de agosto de 2015

TERRA ARRASADA



Na iminência de ser invadida pelo exército de Napoleão Bonaparte, a Rússia apostou na “Tática da Terra Arrasada”: consistia na retirada das tropas, mas antes destruindo tudo para que os inimigos encontrassem um ambiente desolador, desencorajando sua ocupação. Na política brasileira, é usual o governante que substitui um adversário dizer que encontrou uma terra arrasada, ou, trocando seis por meia dúzia, uma herança maldita. A partir daí, e em nome dela, passa a justificar todo o tipo de medida impopular. Com 12 anos e sete meses no poder — o Brasil com todos os seus fundamentos econômicos no lixo, além de uma crise ético-política sem precedentes —, de quem é mesmo a culpa por toda essa terra arrasada? O “general inverno”, o frio, foi um grande aliado da Rússia contra as pretensões ambicionistas de Napoleão. A frieza que se vê por aqui é que tem sido a grande aliada desse exército devorador da terra e alma brasileiras: o PT de Lula e Dilma. “Até quando, ó PT, hás de abusar da nossa paciência?”, Cícero. Até quando, ó brasileiros, frios, permitiremos esse abuso?

Fundamentos econômicos no lixo. Não é por menos que a avaliação do governo da senhora Dilma Rousseff é a pior de toda a história republicana brasileira, abaixo até à do impeachmado Fernando Collor de Mello, um colecionador de carros: Fiat Elba, Porsche, Ferrari e Lamborghini. Segundo pesquisa CNT, a avaliação positiva da gerentona Dilma caiu para 7,7%: 9 em cada 10 brasileiros querem-na longe de tudo, ela levando consigo o trágico legado da sua “Nova Matriz Econômica”: inflação alta com rendimento real dos trabalhadores em queda; comércio fechando as portas, com a construção civil e a produção industrial caindo vertiginosamente; famílias cada vez mais endividadas, com a taxa de desemprego chegando ao Pico da Neblina: são 8,2 milhões de brasileiros desempregados. 

Sem falar no mastodôntico esquema de corrupção descoberto, incialmente, na Petrobrás, agora se verificando sê-lo onde haja dinheiro público. Cantado em prosa e verso, o Brasil de hoje é cantado mal. Um jornal inglês o associou a um filme de terror sem fim. “Sua magia foi abalada pela politicagem e corrupção desenfreadas. Faltam comando e competência ao poder central. Uma quase completa podridão” sentencia. 

Um ponto positivo do editorial londrino diz respeito à integridade e ao funcionamento das instituições, com a Lava-Jato encarcerando poderosos nunca dantes alcançados, a classe roedora política estando em polvorosa. É o caso do senhor Luiz Inácio Lula da Silva, suspeito de tráfico de influência da construtora Odebrecht. Um lobista de primeira grandeza. O mais ansiosamente aguardado é o de dona Dilma, em TPM permanente depois que Ricardo Pessoa da UTC abriu o bico com seus R$ 7,5 milhões na campanha dela. A mulher anda desbocada e nos bastidores quem vem pagando o pato é o Min. da Justiça, o José Eduardo Cardozo. Irritada com as últimas da Lava-Jato, teria dito a ele: “Sua omissão tem fodido a minha agenda”. Ora, ora! E quem anda fodendo a gente?


Transtorno dissociativo de identidade ou dupla personalidade. O sujeito assume “essa” ou “aquela” pessoa consoante as circunstâncias, e assim interagindo com o meio. Um bom exemplo é o Lula. O homem quando rompe o silêncio pouco lhe habitual — a quem já o espera sua claque petista, e somente ela pelos 12 anos de vida fácil patrocinada pelos cofres da viúva — produz um espetáculo digno de teatro. Um dramalhão. 

Vive afagando e apedrejando sua criatura. Reclama do seu estilo centralizador/da forma como vem conduzindo o ajuste fiscal, e de ter pouco contato com o povo. Para uma plateia de religiosos, teria dito que Dilma seria a culpada pelo momento difícil pelo qual passamos. Que novidade! Foi dessa reunião que surgiu a famosa expressão “volume morto”, nele estando o PT, Dilma e ele. Uma metáfora em referência ao volume de água que sobra em uma represa, o nível sendo tão baixo que os túneis de captação não conseguem mais transportar água. Um fato: com esse “volume morto”, os peixes (brasileiros) é que somos as verdadeiras vítimas. 

Depois de tudo isso, andou dizendo que anda de saco cheio e profundamente irritado com as agressões a Dilma, a esquerda sendo perseguida como judeus pelos nazistas. Seu discursinho já surrado: “Eles não suportam que um metalúrgico quase analfabeto… Não suportam que a gente não deixou privatizar…”. É verdade. A privatização teria evitado todo esse assalto. Diagnosticou o Brasil com uma pequena febre, o quadro sendo de tuberculose para os economistas. O tempo passou e Lula não se deu conta da mudança: “Em que espelho ficou perdido meu discurso?”, Cecília Meireles.


Matéria do JC diz que brasileiros estão desistindo do Brasil. Mantido o ritmo e 9 mil deixarão sua terra este ano. Cansados de tanta bagunça, querem educar seus filhos em solo exemplar, o jovem querendo seu primeiro prego. O PT apostou na tática da mentira e deu certo. É como se o brasileiro fosse um completo ignorante, ou um absoluto estúpido. Todos os partidos (verdade) têm seus vícios, mas ganhou a última eleição aquele que deu um grande show de mentira e marketing. “O tempo é o senhor da razão”, Marcel Proust. O Brasil aí está: que-bra-di-nho. Com suas práticas econômicas socialistas e (claro) a roubalheira, Dilma Rousseff levou o país à merda. Triste fim de Policarpo Quaresma/do PT.

José Maria

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