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terça-feira, 29 de março de 2016

O adeus do PMDB a Dilma Rousseff

Coluna Fogo Cruzado – 29 de março
O PMDB deverá aprovar nesta terça-feira a proposta de rompimento com o governo Dilma Rousseff
A menos que aconteça o imponderável, o diretório nacional do PMDB deverá aprovar nesta terça-feira a proposta de afastamento da base governista. O partido é o mais pragmático do país. Não tem bandeira, não tem ideologia, não tem programa. Mas, como diz o ex-deputado Maurílio Ferreira, tem um “latifúndio eleitoral” cobiçado por todos os governos e isso lhe dá força política para ocupar o espaço que tem: sete ministérios. A decisão pelo rompimento não será aprovada por unanimidade porque o PMDB nunca foi unido. Mesmo na época da ditadura militar, tinha dois grupos bem definidos: os “moderados” e os “autênticos”. Todavia, a proposta de ruptura será aprovada por mais de 70% dos diretorianos, incluindo os de Pernambuco. Será a “abertura da porteira” para que o PP faça a mesma coisa e que a comissão especial da Câmara aceite a denúncia do impeachment, tornando difícil, senão impossível, barrá-la no plenário.
Temer está no seu papel
É injusto acusar o vice Michel Temer de participar de uma “conspiração” para derrubar Dilma como fez ontem Humberto Costa (PT). O vice tem sido correto até demais com a presidente. No entanto, como o impeachment é quase inevitável, ele está fazendo o que qualquer outro político responsável faria se estivesse em seu lugar: preparando-se para assumir. Isso implica conversar com políticos de todas as tendências para tentar constituir um governo de “união nacional”.
Tradição – Fiel à sua tradição, o PSDB marchará desunido para um eventual governo Temer. José Serra e Geraldo Alckmin são a favor de que o partido indique quadros para um eventual futuro ministério. Já Aécio Neves é contra. Como só pensa “naquilo”, isto é, nas eleições de 2018, defende que o PSDB dê apoio ao governo, mas sem ocupar cargos. Parece brincadeira!
Erro – Ciro Gomes (PDT) definiu como “estupidez inominável” o convite de Dilma a Lula para fazer parte do seu ministério (Casa Civil) e os fatos dão razão ao ex-governador do Ceará.
Rutura – Eduardo da Fonte (PE) defenderá amanhã na reunião da bancada federal do PP que o partido rompa com Dilma e devolva logo a Codevasf e o Ministério da Integração Nacional.
Contas – O deputado Sílvio Costa (PTdoB) é o novo “matemático” do Palácio do Planalto. É quem faz as contas para Dilma sobre os votos a favor e conta na votação do impeachment.
Presente – Ao contrário do que se disse na coluna, o prefeito afastado de Gravatá, Bruno Martiniano, garante que continua residindo no município. “Só saio daqui para cuidar dos meus afazeres e para me reunir no Recife com os meus advogados, que preparam minha defesa no Tribunal de Justiça contra o processo de intervenção”, disse ele.
Contra – Os deputados licenciados André de Paula (PSD), Danilo Cabral (PSB) e Felipe Carreras (PSB) vão reassumir suas cadeiras na Câmara Federal no dia da votação do impeachment para “marcar posição” contra o governo Dilma. Todos vão votar contra a presidente. Já Sebastião Oliveira (PR) aguarda orientação do partido.
Reprise – O deputado e presidente regional do PTB, José Humberto, está otimista com o desempenho do partido nas eleições municipais, apesar de muitos petebistas reclamarem uma presença mais efetiva do ministro Armando Monteiro em Pernambuco. O PTB, de fato, poderá crescer bastante no próximo ano, absorvendo quadros da Frente Popular que vão perder as eleições e colocar a culpa no Governo do Estado, filme já visto em 2012.
Filiação – O ex-deputado Osvaldo Rabelo Filho filiou-se ontem ao PMDB no escritório político do deputado Jarbas Vasconcelos. A ficha foi abonada pelo próprio Jarbas e o vice-governador Raul Henry. Jarbas era amigo de Osvaldo Rabelo (pai), que foi líder político em Goiana e presidente da Assembleia Legislativa no governo Joaquim Francisco. “Osvaldinho”, como é conhecido em Goiana, vai tentar ser prefeito de lá pela quarta vez.

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