STF decide, finalmente, transformar Eduardo Cunha em réu
Seis dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal acataram nesta quinta-feira (2) a denúncia do procurador geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por recebimento de propina na intermediação de um contrato celebrado pela Petrobras para o aluguel de navios-sonda.
De acordo com o Ministério Público Federal, Cunha teria recebido uma propina no valor de US$ 5 milhões.
O ministro e relator do processo, Teori Zavascki, votou pela aceitação da denúncia e teve o seu voto acompanhado por mais cinco ministros.
A sessão foi suspensa por volta das 18h pelo presidente Ricardo Lewandowski, mas será retomada nesta quinta-feira (2) para a tomada dos votos dos ministros que faltam (cinco).
Mesmo que todos votem a favor de Cunha, ou seja, pelo arquivamento da denúncia, ainda assim ele será transformado em réu
O ex-procurador geral da República, Antonio Fernando de Souza, agora do outro lado do balcão, fez a defesa do presidente da Câmara.
Ele alegou que o deputado não conhecia nenhum dos delatores que o acusaram de receber propina no valor de US$ 5 milhões, entre 2006 e 2007, pelo aluguel dos navios-sonda.
“Não há nestes autos um único documento ou uma única indicação de pessoa que refira que Cunha participou dos crimes de corrupção passiva que teriam sido praticados em 2006″, sustentou o advogado.
A denúncia contra Cunha tem como fundamento as delações premiadas do lobista Fernando Baiano Soares, do ex-consultor da Toyo Setal Júlio Camargo e do ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró.
Janot pediu a condenação dele pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, definindo o caso como “propinolândia”.
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